Giro de 15/12/25 - Kast vence eleição e leva direita de volta ao poder no Chile
- Marcio Nolasco

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Por Marcio Nolasco - Analista de Políticas Públicas (ENAP)

A direita voltou ao poder no Chile. José Antonio Kast, do Partido Republicano, foi eleito presidente no segundo turno das eleições realizadas neste domingo, com 58,2% dos votos. A candidata governista Jeannette Jara, do Partido Comunista do Chile, que obteve 41,8% dos votos, reconheceu a derrota e prometeu fazer “oposição responsável”, enquanto o presidente Gabriel Boric felicitou o vencedor e desejou-lhe sorte. Admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro, Kast será o presidente chileno mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos, mas assumirá o cargo em um cenário político adverso, marcado por um Congresso sem maiorias definidas e por possíveis dificuldades na formação de um governo com uma direita fragmentada. Em seu discurso, porém, ele afirmou que governará “para todos os chilenos” e classificou o resultado como “a vitória da esperança de viver sem medo”.

Apesar do Congresso fragmentado, Kast tem esperança de aprovar rapidamente os projetos que formam a espinha dorsal de seu programa de governo: a redução de impostos para empresas, a eliminação de tributos para a compra da primeira casa e a simplificação das leis ambientais e trabalhistas, além de políticas de austeridade econômica.
A eleição de Kast redesenha o mapa político da América do Sul. Em março, quando ele tomar posse, seis dos 12 países da região serão governados pela direita (Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia, Equador e Peru), e os outros seis pela esquerda (Brasil, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Guiana e Suriname). Embora esteja no continente, a Guiana Francesa não é um país independente, e sim parte da França.
Quinze pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas em um ataque a tiros feito por dois homens armados neste domingo a uma celebração do Hanukkah, uma festividade religiosa judaica, na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália. Os suspeitos foram identificados pela imprensa australiana como sendo Sajid Akram, de 50 anos, e seu filho Naveed Akram, de 24. O primeiro foi morto e o segundo está internado em estado estável. Um vídeo mostra o momento em que Ahmed al Ahmed, filho de refugiados sírios, ataca e desarma um dos atiradores. A Polícia ainda investiga se mais alguém participou do ataque, classificado pelo primeiro-ministro Anthony Albanese como “ato de pura maldade” e “antissemitismo”. Líderes de todos os partidos se comprometeram em endurecer as já rígidas leis contra armas.
Enquanto isso... O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou duramente Albanese, afirmando que “seu apelo por um Estado palestino alimenta o fogo antissemita”. Netanyahu, contrário à solução de dois Estados, procura repetidamente associar os apelos generalizados por um Estado palestino e as críticas à ofensiva militar de Israel em Gaza aos crescentes incidentes de antissemitismo em todo o mundo.
Já o Itamaraty divulgou nota expressando solidariedade às famílias das vítimas do atentado. “O Brasil reafirma seu enérgico repúdio a todo ato de terrorismo e a quaisquer manifestações de antissemitismo, ódio e intolerância religiosa”, diz o texto.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu neste domingo na Alemanha com os negociadores americanos no que foi considerada uma rodada crucial de conversas para tentar chegar a um acordo para pôr fim à guerra com a Rússia. Pressionado por Donald Trump, Zelensky deixou claro que o país estava disposto a fazer concessões, como desistir do ingresso no Otan, mas reiterou a resistência a ceder aos russos o território ucraniano que Moscou controla atualmente, como sugeriu Trump.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao mandato na Câmara neste domingo. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou o suplente da parlamentar, Adilson Barroso (PL-SP). A decisão foi parte de uma saída negociada com a cúpula da Câmara, depois que o plenário rejeitou a cassação da parlamentar, condenada à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na sexta-feira, a Corte ordenou que Motta tirasse o mandato de Zambelli.
Adilson Barroso se descreve como “bolsonarista de direita, conservador, patriota, amigo do [ex-presidente] Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Nikolas Ferreira”. Até recentemente, Barroso ocupava a vaga do ex-secretário de Segurança de São Paulo Guilherme Derrite na Câmara dos Deputados. Como Derrite deixou o cargo no governo de São Paulo no final de novembro e retomou o mandato, Barroso voltou à condição de suplente, agora revertida com a renúncia de Zambelli. Adilson Barroso foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), que mudou de nome para Patriota em 2017.
A renúncia de Zambelli era uma carta que aliados e advogados dela mantinham na manga desde antes da votação no plenário da Câmara, que deu sobrevida ao mandato da parlamentar, na quinta-feira. A estratégia de Zambelli, segundo aliados, foi a de aceitar a derrota e evitar a ampliação de danos. Seu grupo avalia que o status de parlamentar que renunciou é diferente do de deputada cassada e permitirá demonstrar uma perseguição política. O plano agora é ganhar uma autorização para deixar a cadeia.
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