Vermelhou no Planalto: Flávio antecipa o Natal e Lula agradece

Preparem os gorros, as guirlandas e até o peru congelado: o Natal político chegou mais cedo em Brasília. Só que, em vez de presente, a direita ganhou um “presente de grego” embrulhado em papel vermelho. A grande novidade que sacudiu os corredores do poder foi a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. O que era pra ser bênção patriarcal virou pacote surpresa — daqueles que você abre e descobre que é meia social.

Imagem criada por IA – Nelson Guerra

Imagine a cena: ainda tem gente tentando digerir o panetone de 2023 quando surge Flávio, abençoado pelo pai, como um Papai Noel às avessas. Só que, em vez de alegria, o “presente” trouxe caretas e mãos na testa. Nikolas Ferreira torceu o nariz, Silas Malafaia quase pediu um Engov, e a esquerda gargalhou como quem ganhou amigo secreto sem precisar gastar.

As pesquisas — aquelas bruxas que sempre estragam a festa — já mostravam que o nome de Flávio não estava no topo da lista de desejos da direita. Resultado: em vez de reforço, virou dispersão. Tipo trocar o videogame da criançada por um par de chinelos.

Lula na Ceia: Buffet Livre de Fragmentação

Enquanto a direita tenta entender o embrulho, Lula já está de guardanapo no colo. A esquerda, com sua clássica tática de dividir para conquistar, transformou a fragmentação da direita num verdadeiro buffet natalino. Cada candidato disputa o mesmo eleitorado, e a frente única da oposição derrete mais rápido que neve no sol de Brasília. A ceia está posta, e a estrela vermelha brilha cada vez mais forte no horizonte de 2026.

Além de receber presente antecipado do velhinho que aprecia roupa vermelha, Lula antes havia recebido mimos de outro velhinho, aquele norte-americano cujo partido também veste vermelho e que lançou confetes no presidente brasileiro: “Eu gosto dele”.

Árvore de Natal Política e o Senado de Dois Terços

E não para por aí. Com a oposição disputando quem da direita deve brilhar mais no topo da árvore, a esquerda aproveita para decorar os galhos mais estratégicos: o Senado. Em 2026, dois terços das cadeiras vão se renovar. É como se o Papai Noel petista tivesse ganhado um vale-compras ilimitado para enfeitar a árvore com bolas vermelhas. Se a direita continuar dispersa, a coroa do reinado pode encaixar sem esforço.

O Gran Finale: Natal Vermelho

No fim das contas, o anúncio de Flávio pode ser mais do que uma candidatura. É o presente inesperado que embalou a estratégia do adversário. Um Natal Vermelho em que a alegria de um lado vira dor de cabeça do outro. Como diria a canção de Fafá: “Vermelhou no curral, a ideologia do folclore avermelhou”. Lula aproveita para relembrar que a palavra Brasil significa “vermelho como a brasa”, em homenagem a uma árvore nativa famosa no tempo do descobrimento.

(Nelson Guerra é comunicador e consultor em Gestão Pública. Este ano, pensa em montar a árvore de Natal pendurando apenas meias vermelhas.)