“Tá quente, professora”: Realidade desafiadora que afeta a aprendizagem
- Marcio Nolasco

- 10 de fev.
- 2 min de leitura
Salas de aula climatizadas, com ar-condicionado, aquecedor ou climatizador em funcionamento para regular a temperatura não são a realidade da maioria das escolas brasileiras, especialmente as públicas. O Censo Escolar de 2022, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que cerca de 80% das escolas públicas do Brasil não têm sistema de refrigeração; e por aqui, em Cianorte, também não é diferente...

O calor prejudica a aprendizagem e a convivência na sala de aula. Segundo uma projeção do Banco Mundial, o aumento de dez dias com temperaturas acima de 25 ºC no ano letivo pode levar os estudantes a perderem rendimento em matemática e português. Considerando a nota média dos alunos na Prova Brasil, principal avaliação da educação básica do país, o registro de até 37 dias de calor excessivo (quase 20% do ano letivo) leva a uma redução de quase dois pontos percentuais no desvio padrão da nota da prova.
O estresse térmico, condição em que o calor é maior do que o corpo humano consegue suportar por pelo menos 25 dias no ano, já atinge áreas onde vivem 38 milhões de brasileiros.
Entre as sete maiores cidades brasileiras que sofrem com o estresse térmico (Rio de Janeiro, Recife, Manaus, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belém e Goiânia), somente as três primeiras têm mais da metade das salas de aula climatizadas. Os estados de Rondônia e Rio de Janeiro são os que têm os melhores índices, com 85% e 43% das salas climatizadas, respectivamente. Na outra ponta, os menores níveis de climatização são de São Paulo, com 10% das salas refrigeradas, e Minas Gerais, com 8% - justamente as duas maiores redes estaduais do país.
Os alunos precisam estar confortáveis para aprenderem. Tanto o calor extremo como o frio deixam as pessoas mais irritadas e desconfortáveis e com as crianças isso não é diferente, por isso, cada vez mais os gestores públicos devem buscar soluções e ferramentas sustentáveis e que nos permitam entregar para nossas crianças salas e espaços cada vez mais adequados para o aprendizado.
Estudar em condições de conforto é garantido por lei e regras federais, dessa forma é necessário sairmos dos discursos políticos e serem na prática instalados aparelhos de ar condicionado ou climatizadores em nossas escolas públicas.

Nas repartições públicas municipais, e nas salas das secretarias de educação de nossos municípios, não faltam aparelhos de ar condicionado ligados para o conforto dos servidores e agentes públicos, dessa forma é necessário nos perguntarmos e sabermos porque passam anos e anos nossas crianças continuam "cozinhando" no calor das salas de aulas? Será que nossos impostos só conseguem pagar os aparelhos de ar condicionados das salas das nossas repartições públicas e de nossas prefeituras, não servindo também com finalidade de instalação destes aparelhos em salas de aulas em nossas escolas públicas?
E seu filho(a), estuda em escola publica, ou frequenta creches públicas? Na escola ou creche que seu filho(a) frequenta diariamente, tem ar condicionado?














Comentários