MEU MALVADO FAVORITO Um Presente Inesperado de Bolsonaro para Lula
- Nelson Guerra
- há 3 horas
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Por Nelson Guerra - Analista Político
De heróis a produtores de vilão: a família Bolsonaro fez da parceria com Trump um verdadeiro “presente de grego” em favor da esquerda, que agora agradece de capa e bandeira!

No país do futebol, da feijoada e do meme instantâneo, era uma vez um Capitão Brasil esperando uma parceria de ouro com o Tio Sam, com direito a selfie, troca de camisas e cafezinho no Itamaraty. Mas nosso roteiro recente parece saído de algum crossover entre “Os Trapalhões”, “Meu Malvado Favorito” e “Super Amigos”: Bolsonaro queria fazer gol na diplomacia ao lado de Donald Trump, mas acabou dando um passe açucarado para a esquerda — de Lula e companhia — roubar a cena e brilhar como os verdadeiros patriotas tupiniquins.
A aliança dos sonhos foi para o espaço. O alinhamento com Trump era, para o bolsonarismo, o escudo de vibranium que defenderia o Brasil de todas as ameaças globais. Mas, para a surpresa geral, o Tio Sam virou Dru — aquele irmão atrapalhado do Gru, de “Meu Malvado Favorito” — e sacou do bolso uma tarifona de 50%: café, carne, suco brasileiro… tudo ficou mais caro do lado de lá.
QUANDO O VILÃO É O PRESENTE PERFEITO
Se no cinema Superman precisava de Lex Luthor, e Batman ganhava notoriedade enfrentando Coringa, aqui a esquerda de Lula recebeu de bandeja um vilão estilizado: nada menos que Trump “versão Dru” alaranjado.
Como em bom roteiro de cinema, o vilão se transforma em peça-chave para o herói ganhar notoriedade. Trump, agora, vira vilão útil para que Lula e a esquerda apareçam como os verdadeiros defensores do povo, dos empregos e do cafezinho nosso de cada dia.
Tarifa sobe, exportação cai, balanço balança... É como quando o ônibus quebra bem na subida: todo mundo sente! Com menos negócio lá fora, sobra desemprego na mesa e faltam reais na feira. O bolsonarismo, que prometia prosperidade com o mapa do tesouro norte-americano, acabou descobrindo um baú de areia no quintal.
INTERFERÊNCIA DE OUTRO MUNDO
Trump, em seu melhor estilo Dru, justificou: “As tarifas vêm pelo julgamento de Bolsonaro, e por estar em risco a liberdade de expressão!” Plot twist! O que era para ser aliança vira discurso de ingerência, deixando a soberania nacional igual ao azarado Patolino depois de briga: penas para todo lado.
Em vez de construir Estado forte, o bolsonarismo apostou no abraço pessoal. Resultado: Dependência do humor do personagem principal: se ele acorda de mau humor, lá se vai a história! Essa fragilidade ficou escancarada, mostrando o risco de trocar política de Estado por roteiro de “Os Incríveis” — mas sem heróis para salvar.
A conta chegou. A família Bolsonaro, antes dona da narrativa “somos aliados do maioral”, vê agora seu discurso ser desmontado em horário nobre. A oposição aparece com capa de super-herói, pronta para preencher o vazio de liderança e apontar: “Viram só? Quem queria proteger virou cúmplice do desastre!”
O EFEITO BUMERANGUE: QUANDO O VILÃO É PRESENTE
No melhor estilo Papa-Léguas e Coiote, a armadilha armada acabou se voltando contra o próprio criador. O bolsonarismo, ao priorizar relações de amizade cinematográfica, tornou o Brasil vulnerável — tudo ao contrário do enredo que Jair Bolsonaro vendeu aos brasileiros quando em família decidiu enviar um dos seus Três Patetas para uma missão especial nos estêitis.
A insanidade não tem limites. Lá fora o pateta zero-três branda: “É melhor Lula se entregar, pois o Trump-Dru é implacável. Rendam-se e soltem meu pai!”. O filho nem se dá conta de que é altamente provável que esteja protagonizando o princípio do fim paterno, arremedando o desastrado rato Cérebro, de Steven Spielberg, que diariamente vê frustrados seus planos para conquistar o mundo.
A ROUPA DE SUPER-HERÓI FICA COM QUEM?
O petismo e toda a esquerda agora têm roteiro para mostrar que política externa de amizade é furada e que só se viu prejuízo. Com a estrela do patriotismo, que se avermelhou, o petismo denuncia a intromissão do “vilão de Hollywood”, defendendo a autonomia brasileira.
De “amizade de luxo” para “cilada com juros”, a narrativa bolsonarista é desmontada. Enquanto isso, o herói da estrela rubra agora vê a possibilidade de conquistar muitos nacionalistas que há pouco tempo se autodenominavam “patriotas”, mas em outro episódio recente foram chamados de “malucos” por Bolsonaro agora desbotado.
Com linguagem simples e exemplos do cotidiano, o lulismo agora pode conquistar até públicos mais conservadores. Na praça ou no sofá, todo mundo entende o valor da autonomia para indústria e emprego.
CONCLUSÃO: A PIPOCA ESTÁ PRONTA
No grande palco político, o vilão sempre faz o herói brilhar mais forte. Sem vilão, não há herói lembrado. Ao tentar transformar Trump em aliado infalível, a família Bolsonaro entregou ao adversário o personagem perfeito para ser vilão de filme — e a esquerda, de capa, pode se tornar o verdadeiro protagonista da temporada de 2026.
Agora, é esperar os próximos episódios. E, de preferência, pedir dupla pipoca: uma para rir e outra para chorar.
(Nelson Guerra é professor e consultor em Gestão Pública. Escreve sobre política e economia com um olho na academia e outro na Disney Channel)
Lula é o maior estadista do planeta.
A história não poderá deixar de citá-lo, e o bem que faz à nação nos levara à quarta economia nos próximos 20 anos.
Se nenhum entreguista atrapalhar.
Uma matéria criativa e crítica ao mesmo tempo. Parabéns ao pesquisador que com maestria, nos leva a refletir uma profunda mensagem!
Mais um texto impagável do Prof. Guerra, que não deixa nenhum fascista em paz!