Invisível aos olhos humanos, visível aos olhos de Deus

Christina Faggion Vinholo

Teóloga, especialista em AT e NT.

Ela era jovem. Simples. Invisível aos olhos do mundo, mas não aos olhos de Deus. Maria, a escolhida para carregar em seu ventre o Salvador, foi também escolhida para ser o eco de um cântico que atravessaria os séculos.

E, quando entendeu o que o Senhor estava fazendo em sua história — não sem temor, não sem dúvidas, mas com fé —, ela não buscou explicações; ela adorou.

A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador…

Lucas 1.46-47

Maria não exaltou sua condição nem se fez de heroína. Ela engrandeceu ao Senhor. Reconheceu a graça que a alcançou, e não a glória que merecia. Foi tocada pela soberania de Deus e respondeu com humildade. Sua adoração não nasceu de um lugar confortável, mas de um coração rendido à vontade de Deus.

Ela sabia: Deus não a escolheu por ser digna, mas para mostrar ao mundo o que ele faz com quem se entrega.

Maria adorou em verdade, com uma teologia viva. Ela exaltou os atributos de Deus: sua santidade, sua misericórdia, sua justiça. Ela viu o que muitos não veem: que Deus exalta os humildes, derruba os soberbos, sustenta os famintos e despede os ricos de mãos vazias. Que ele cumpre promessas. Que é fiel à sua aliança. E que faz tudo isso para a glória do seu nome.

É você, mulher de hoje!

Quando seu ventre não gera, mas sua fé sim. Quando seus olhos veem a dor, contudo seu coração ainda vê esperança. Quando sua história parece pequena, porém sabe que o Deus que a escreve é grande. Quando o mundo tenta fazer você esquecer sua identidade, mas você escolhe se lembrar de quem é seu Salvador.

Adorar é reconhecer “Não sou o centro; Deus é”. E ainda assim esse Deus olha para você. Com graça. Com fidelidade. Com amor eterno.

Então, cante. Com voz, com vida, com lágrimas, com atos de serviço. Cante porque ele tem feito grandes coisas por você. Porque sua misericórdia alcança geração após geração. Porque ele não mudou. Porque você foi lembrada. Escolhida. Amada.

Não por mérito, mas por misericórdia.

Esse é o cântico da mulher que conhece o seu Deus.

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