IMPRENSA: O vírus perigoso do jornalismo chapa branca

Por: Marcio Nolasco - Gestor de T.I

A imprensa na atualidade, nessa gestão governamental mundial, está sob fogo cruzado (o exemplo de truculência começou com o ex-presidente Trump e ganhou adeptos em vários países) e principalmente no Brasil.

Governantes, chefes do executivo, legislativo e judiciário de vários municípios, autoridades em geral e até empresários, que não toleram a crítica e que gostariam de submeter a imprensa aos seus caprichos, buscam sufocá-la de todas as formas.

Para obter o seu intento, proíbem que jornalistas de determinados veículos possam cobrir as coletivas oficiais, não permitem que grupos jornalísticos participem de licitações e, em casos extremos, ameaçam com represálias as empresas que anunciam em meios de comunicação tidos como adversários. Jornalistas, redatores e editores de diversos veículos de comunicação são condenados por seus artigos, quase sempre por falar a verdade que indubitavelmente não agrada aos olhos e ouvidos de muitas lideranças políticas e empresariais.

Como sabemos, calar e imprensa e oferecer agrados financeiros não funciona (com os que não se vendem) porque a sociedade civil está atenta a qualquer investida que ponha em risco a liberdade de expressão, restrinja o debate democrático de ideias e posições, direito inegociável e que figura na nossa Constituição. O Judiciário brasileiro já deu provas de que não pactua com esta postura autoritária no caso que vimos do The Intercept por exemplo.

A imprensa certamente comete falhas e os governantes de todas as esferas também, infelizmente, num país tão desigual, não é incomum encontrar jornais, revistas, emissoras de rádio e TV e mídias digitais que se colocam ao lado dos poderosos, mais preocupados em aumentar os seus lucros do que em consolidar a democracia.

Logo, dar as mãos à determinados veículos da comunicação nem sempre é a melhor alternativa. É preciso exercitar o espírito crítico para não legitimar, sem critério, organizações públicas e também as privadas que, apesar do discurso em contrário “tem o rabo preso” com interesses espúrios.

Na verdade, a imprensa chapa branca, instituição secular no Brasil, constitui um vírus perigoso que solapa a ética, a transparência e a qualidade da informação na ânsia de servir aqueles que detêm o poder e a presenteiam, escandalosamente, com generosos recursos públicos e monetários. Imprensa "comprada" não faz jornalismo, faz comércio, como nas feiras dos produtores rurais espalhadas por diversas cidades brasileiras.

Defender a liberdade de imprensa é um direito de todos nós porque, embora imperfeita, a mídia, quando independente e comprometida com a cidadania, presta um serviço inestimável para a nação brasileira.

É indispensável que associações de imprensa, organizações da sociedade civil, e os brasileiros em geral, estejam mobilizados para resistir a essa nova escalada contra a imprensa e os jornalistas, repudiando qualquer tentativa de inviabilizar o seu trabalho.

É preciso denunciar todas as tentativas de calar a imprensa, assim como é fundamental acompanhar a movimentação da mídia monopolista e dos veículos, assim como "jornalistas" que abrem mão da sua integridade para servir às autoridades de plantão, principalmente na atualidade os chamados "jornalistas de redes sociais".

A democracia se realiza integralmente quando existe a diversidade de ideias, e não a censura, a democracia é assumida como pressuposto básico. As autoridades que desejam a todo custo cercear e comprar com seus "regalos" a imprensa, merecem o nosso repúdio. Elas, as autoridades, passarão e no futuro restarão abandonadas como coisa velha e inútil no porão da história de suas cidades e administrações políticas locais, a imprensa por outro lado sempre estará presente...

A pior briga que gestores públicos e governantes podem entrar, é a briga contra a imprensa, seja ela local ou mundial, como já exposto, eles se vão após seus mandatos, a imprensa permanece para o sempre. O jornal periódico em circulação mais antigo da América Latina é do Brasil - O Diário de Pernambuco, fundado em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão, continua firme noticiando os fatos, sabem quantos governantes e lideranças públicas já passaram neste período pelo mundo? pois bem, é assim que é....