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As escolhas de Ratinho precedem as definições no Paraná.

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e comunicador.


Parece um caminho sem volta, o governador Ratinho Junior, de posse de leituras atualizadas do quadro nacional, deve formalizar, provavelmente em abril, sua disposição de enfrentar as eleições nacionais, ainda que, por precaução, admita a segunda posição na chapa.


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A análise do quadro nacional, sob os olhos da equipe do governador paranaense, mostra a política nacional tomada por dinossauros das décadas de 40 e 50, alguns raros nomes da década de 60, uma turma que tem limitações notórias para conviver com a geração Millenials e seguintes. Ratinho tem idade e preparo para conversar com este universo, em sua linguagem e pelos seus canais de comunicação.


Realmente, os demais postulantes estão na vitrine a décadas e não conseguem oferecer novos ingredientes ao jogo político, Lula e Caiado, por exemplo chegam à disputa já quase octogenários. Gustavo Lima é apenas um balão de ensaio, sem mobilidade no jogo partidário, e Pablo Marçal é mais um empresário digital encostando na política, onde tem muito pouco a perder, do que uma alternativa real para a política tradicional.


Se a esquerda aposta em Lula até onde isto for possível e sabe que, na impossibilidade, Haddad é o reserva em aquecimento, não havendo nenhuma alternativa, já a direita sabe que os nomes naturais, Bolsonaro impedido e Tarcísio que prefere a segurança em 26 e aposta só em 2030, restando poucas opções no horizonte.


Ratinho sabe que é a estrela do segundo escalão, embarcado em uma sigla competitiva e com sede de poder, sendo muito mais leve que os nomes alternativos, mas precisa fazer a lição de casa que talvez se resuma em obter dois dígitos até maio do próximo ano e precisa construir estes números.


O Paraná permite um ótimo discurso para o governador pela coleção de êxitos de sua administração que além de subir um posto no podium dos estados brasileiros, deixando os gaúchos para trás, tem excelência nos números de segurança, educação, saúde, meio ambiente, sustentabilidade, geração de empregos e, óbvio, na economia. Além disto, um trunfo adicional, o prestígio do pai, o apresentador Ratinho, pode produzir respostas exatamente onde a direita precisa ser competitiva, no Nordeste brasileiro, terreno lulista.


Noventa dias afastado do governo, excursão intensiva pelo Nordeste, companhia do pai consagrado e artistas que já demonstraram simpatia por seu nome, pode significar acesso a multidões nas maiores cidades da região, produzindo índices impensáveis para qualquer outro nome da direita, exceto pelo impedido Bolsonaro.


Ratinho também já percebeu que precisa fechar o estado, nomes e siglas alinhadas, além das principais lideranças dos maiores centros, por isso os convites aos ex-prefeitos de Curitiba, Cascavel e Maringá, os dois primeiros com excelente resultado nas municipais de 24, para compor a equipe de governo, evitando repetir erros de outros postulantes paranaenses, como Álvaro e Requião que não se viabilizaram nem internamente.


Resta montar o mosaico, somando o maior número de siglas e lideranças para o provável palanque de Alexandre Curi, prestigiadíssimo presidente da Assembleia e favorito para liderar a chapa da situação e, ao mesmo tempo, esvaziando a canoa do Senador Sergio Moro, que tem excelente recall eleitoral, legenda garantida e um histórico desastrado nas relações político partidárias, mas que compete com a segurança de mais quatro anos no Senado. Com Moro menor, a disputa com o nome da esquerda, Enio Verri ou Marcelo Belinatti, se torna mais razoável.


Exatamente na disposição, agora consolidada de Ratinho de optar pela disputa nacional, que redefine o quadro estadual, ainda que pendente da dança de siglas, fusões e federações que precisam ser resolvidas em até três meses, definindo escalação por siglas e mudando e etapa, já com preocupação com as chapas partidárias, especialmente as federais, deputados e duas vagas para o Senado, espaço muito limitado para tantas pretensões; Ricardo Barros, Guto Silva, Beto Preto, Paulo Martins, Sandro Alex e tantos outros de olho nas vagas para o Senado.


Importante registrar que a liderança provisória de Sergio Moro, que pode se estender pelo menos até maio de 26, permite que a sua chapa tenha magnetismo suficiente para atrair eventuais descontentes ou preteridos na chapa oficial, reforçando as posições do pessoal mais à direita, que parece já ter Sergio Moro e Filipe Barros, este para o Senado, como nomes definitivos.


Seguindo pelo centro, em direção à esquerda, porque parece cada vez mais evidente que esta é a estratégia petista, os nomes ainda estão indefinidos, sendo justo imaginar que as urnas penalizaram Luciano Ducci e que Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu tem a missão de garantir uma boa legenda para a Câmara. Pela ordem, Enio Verri, muito bem instalado e fazendo um ótimo trabalho em Itaipu, inclusive no jogo político, é o nome mais relevante no PT, mas é possível que o nome das esquerdas opte por outra legenda, o PSB em especial.


Cientes que as esquerdas sempre tiveram potencial para superar 20%, que o crescimento inicial de Alexandre Curi, cacifado também pelo apoio de prováveis duzentos e cinquenta prefeitos e uma infinidade de ex-prefeitos, se fará, no primeiro momento, avançando sobre os números de Sergio Moro, mais instáveis por serem sustentados pelo recall das eleições anteriores e sem sustentação nas pequenas cidades, pode indicar uma disputa que tende a apresentar os três nomes oscilando entre 10%, piso, e 25% como teto, sinalizando uma disputa equilibrada na largada.


Resta entender a relação de transferência de Ratinho, de cima para baixo, e a interferência das demais posições do quadro nacional na disputa estadual, para esticar qualquer outra previsão.


Definitiva apenas a leitura de que a renovação em Curitiba e em Brasília será mínima, pela previsibilidade que as regras atuais permitem, além das verbas das emendas parlamentares, reforçadas pela distribuição assimétrica do fundão partidário e eleitoral para garantir que apenas parlamentares muito ineficientes não serão reeleitos.


O jogo está só começando, as cartas ainda serão distribuídas, mas já é possível enxergar competidores com mais apetite e possibilidades, lembrando que as variáveis mais significativas devem ser a capacidade de comunicação, via veículos tradicionais e, principalmente digitais, como o grande cabo eleitoral de 2026.


Ingresso comprado, arquibancada quase lotada, observadores já a postos, porque as preliminares já começaram.

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