Protecionismo americano e desdolarização podem levar EUA ao fim da hegemonia global
Por Nelson Guerra - Professor e analista político
Desconhecendo a palavra DEMOCRACIA, o novo presidente do país americano famoso por pregar a LIBERDADE, Donald Trump, não aceita que o comércio internacional troque o dólar por outra moeda para ser âncora de suas operações de importação e exportação, uma pretensão do BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e parceiros observadores como México e Arábia Saudita. Trump afirma que vai retaliar esses países, cobrando tarifas mais altas sobre os produtos procedentes deles, em uma tentativa de proteger a hegemonia do dólar e os interesses econômicos dos Estados Unidos.

O conservador de extrema-direita, líder do país mais rico do mundo, corre o forte risco de fazer os EUA viverem um isolamento mundial se a população norte-americana permitir tudo que ele vem prometendo nessas primeiras semanas de início de mandato. Suas políticas protecionistas e o tom agressivo em relação a acordos comerciais e organizações multilaterais têm gerado preocupação entre aliados tradicionais, como a União Europeia e o Canadá, além de acirrar tensões com potências emergentes, como a China.
Enquanto Trump insiste em medidas como o "America First" e a revisão de tratados internacionais, analistas alertam para o risco de os EUA perderem influência global. A possível adoção de moedas alternativas ao dólar por parte do BRICS e de outros países pode enfraquecer o sistema financeiro internacional centrado na moeda americana, algo que Trump parece disposto a combater a qualquer custo. No entanto, suas ações podem acelerar justamente o que ele tenta evitar: a desdolarização e a formação de novas alianças econômicas que excluam os Estados Unidos.
Enquanto isso, a polarização política dentro dos EUA se intensifica, com parte da população apoiando suas promessas de fortalecimento da economia nacional e outra parte criticando o que consideram uma postura autoritária e isolacionista. O mundo observa com atenção se os EUA, sob o comando de Trump, seguirão como líderes globais ou se caminharão para um isolamento sem precedentes na era moderna.
(Professor Nelson Guerra, analista político)
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