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Tarcísio se torna alvo após tarifaço de Trump e admite efeito negativo em SP

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor ao País uma taxação de 50% às importações de produtos brasileiros se tornou fator novo com potencial de influenciar a eleição presidencial de 2026. A medida drástica do presidente americano deu novo elemento para a disputa de narrativas entre direita e esquerda e deixou no centro desse embate o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Trump justificou sua decisão citando uma "caça às bruxas" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o que chamou de "ordens de censura" do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas de mídias sociais dos EUA.

 

Candidato a herdeiro do apoio de Bolsonaro no ano que vem - o ex-presidente está inelegível até 2030 e é réu no STF sob a acusação de liderar um plano de golpe de Estado -, Tarcísio admitiu que o impacto da taxação sobre produtos brasileiros será "negativo" para a economia paulista, mas reforçou a associação com o bolsonarismo e o ex-presidente. São Paulo é o Estado nacional que mais exporta produtos para os Estados Unidos: foram US$ 13,8 bilhões em 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.


Ainda na noite desta quarta-feira, 9, horas depois de Trump divulgar a carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Tarcísio publicou na rede social X uma mensagem na qual culpa o governo brasileiro pelo tarifaço do presidente americano. "Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado.


Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa", escreveu.


O governador paulista se tornou alvo de críticas e, na manhã desta quinta, 10, durante agenda na capital, ponderou que o Brasil precisa "deixar de lado as questões ideológicas, o revanchismo e as narrativas" para negociar com os Estados Unidos. "São Paulo é um grande exportador de produtos industriais e tem nos Estados Unidos seu principal destino. Isso afeta diretamente empresas como a Embraer, por exemplo", afirmou.


Sem outros compromissos oficiais previstos no dia, Tarcísio viajou para Brasília onde se encontrou com Bolsonaro. O governador publicou no X um vídeo ao lado do ex-presidente. "Sempre bom estar ao seu lado, presidente", afirmou.


Ministros


Antes, Tarcísio precisou responder ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que o acusou de praticar "vassalagem". "Ou uma pessoa é candidata a presidente ou é candidata a vassalo, e não há espaço no Brasil para vassalagem", disse o ministro.


Para Haddad, o anúncio de Trump representa um golpe contra a soberania nacional, articulado por "forças extremistas" de dentro do País. Segundo o ministro, entretanto, a direita vai ter de reconhecer mais cedo ou mais tarde que deu um "enorme tiro no pé", já que a medida prejudica exportações de empresas e produtores do Estado de São Paulo.


Tarcísio rebateu a declaração, afirmando que Haddad "deveria cuidar da economia". "Se estivesse cuidando, talvez o Brasil estivesse indo melhor", disse o governador. "A gente tem um problema fiscal sério. Então, cabe a ele falar menos e trabalhar mais."


O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também criticou Tarcísio pelo posicionamento sobre a tarifa e reforçou o prejuízo para o Estado. "Lamento que o governador de São Paulo defenda uma tarifa de 50%, imposta pelo governo dos EUA, que, a partir de 1.º de agosto, penalizará a indústria e a agroindústria paulista, em vez de defender a população do seu Estado e do Brasil como nação", disse Rui Costa, também em publicação no X. "Liderança, governador, se exerce com coragem. É compreensível que queira agradar ao ex-presidente a quem serviu como ministro, mas quem valoriza São Paulo não apoia medidas absurdas, ilegais e imorais impostas por estrangeiros", complementou Costa.


O governador de São Paulo não defendeu explicitamente a tarifa imposta por Trump.


A estratégia do governo Lula é associar o máximo possível a tarifa prometida por Trump a Bolsonaro e seus aliados. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos do ex-presidente que está nos EUA defendendo sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, chegou a compartilhar nas redes sociais uma imagem agradecendo a Trump pela tarifa.


Um levantamento da AP Exata concluiu que a decisão de Trump de impor uma taxação de 50% sobre produtos nacionais está sendo profundamente rejeitada. De acordo com o estudo, feito com base em 260 mil publicações, 59% criticaram a medida e cobraram uma reação do Brasil, ante 22% que manifestaram apoio à decisão dos Estados Unidos (mais informações na pág. A8).


Como potencial presidenciável em 2026, Tarcísio tem procurado se equilibrar entre a fidelidade a Bolsonaro, uma postura de direita não radical e acenos ao bolsonarismo, com postagens nas redes, participação em atos públicos pró-Bolsonaro e defesa da anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro.


Em janeiro, ele publicou um vídeo em suas redes sociais usando um boné com o tradicional slogan de Trump: "Make América Great Again".


No início da semana, compartilhou no X a primeira e mais contundente manifestação do presidente americano a favor de Bolsonaro. Trump chamou os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição" e Tarcísio repetiu o argumento do americano, afirmando que Bolsonaro "deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições".


Outros governadores


O governador paulista é considerado a alternativa preferida do Centrão e de setores da direita e da centro-direita para concorrer contra Lula em 2026. Apesar de inelegível e sob risco de ser preso pela tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro reluta em indicar um sucessor eleitoral.


Outros possíveis candidatos da direita e da centro-direita na disputa presidencial de 2026, os governadores de Minas, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também responsabilizaram Lula e o governo federal pela medida anunciada por Trump. Caiado disse que o petista "segue à risca o que Hugo Chávez fez na Venezuela", ao afrontar gratuitamente o governo americano.


Zema afirmou que "as empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF". "Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vão custar caro para Minas e para o Brasil."

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