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Queda livre de Lula?

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e comunicador.


Tomando por referência as duas últimas pesquisas Datafolha, verificamos que o presidente Lula migra de uma resultante de +1% (aprovação – reprovação) para -17%, por conta da queda de 11% na aprovação e crescimento da desaprovação em 7%. Precedentes como estes só com Collor e Dilma, ambos com desfecho indesejável. É muito pouco para um político experiente, já no terceiro mandato e cujo antecessor sofre com questões judiciais.


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Os novos tempos, com informações correndo com muita velocidade, parece inadequado que qualquer governo inicie sua gestão em câmara lenta, sensação que Lula 3 causa na população. Algo como se acreditasse demais no seu carisma e imaginasse que sua capacidade de encantar o povo permanecia intacta. Novos tempos, novos instrumentos e um presidente quase octogenário.


Objetivamente, um em cada três eleitores tem menos de 35 anos, portanto ainda crianças ou adolescentes nas gestões anteriores de Lula, recall mínimo e nenhuma identidade com a forma tradicional de comunicação dos políticos. O atual governo perdeu mais de dois anos com uma comunicação lenta e ultrapassada, com opções equivocadas na escolha dos canais de comunicação e agora precisa velocidade para buscar a recuperação.


Concentrando recursos nas emissoras de televisão, atualmente incapazes de convencer a garotada da era digital, veículos gráficos, superados pelas alternativas digitais, além de sofrer massacres cotidianos nas redes sociais, amplamente dominadas pela direita que usa e abusa de sua competência para impor suas versões e espalhar fakes news, friso que não tem monopólio nesta estratégia, para um público cada vez mais sedento em consumir cada detalhe que combine com suas crenças.



Lula foi tímido, sem o atrevimento de Millei, por exemplo, que entrou chutando o pau da barraca, se valendo da força das urnas para impor ações impopulares, ainda na lua de mel da gestão, ajustando a casa, enxugando os gastos e limitando inquestionáveis abusos e equívocos das gestões anteriores. Trump, ainda mais abusado, avança em todas as áreas, mesmo sabendo que, logo à frente, promoverá recuos estratégicos. A inércia do governo, marca de quase dois anos de gestão, cobra um preço elevado para Lula.


O mercado atento esperava, desde o início, ações agressivas para controle dos gastos do governo, medida essencial para estabelecer uma relação de confiança, indispensável para alavancar a economia. A equação do governo superestimou a força do Congresso e preferiu contemporizar, sem nenhuma medida forte para sinalizar um interesse em controlar o déficit fiscal e agora com tempo limitado para produzir bons efeitos.


As ações do governo precisam ter efeito positivo no bolso do cidadão comum, principalmente na redução da inflação dos alimentos, providências que esbarram nas demais limitações da economia, juros altos e inflação no teto da meta. Seguir nesta direção, esbarra também na voracidade do Centrão que prioriza o seu umbigo porque sabe que, qualquer que seja o presidente, sempre terá capacidade de dominá-lo.


Em condições normais, a caminhada pela reeleição estaria bem obstruída, todavia a indefinição e provável incapacidade de convergência na direita, concede à Lula um tempo adicional para corrigir rumos, mas precisa ser incisivo, com ações eficientes para mexer no bolso e no humor do cidadão comum.


Precisa também entender que, ainda que não sejam desprezíveis, a luta saiu da telinha das televisões para o universo digital. Celular e redes sociais são os novos campos de batalha.


Sem estes ajustes, a esperada revanche Lula x Bolsonaro pode ser substituída por novos players de ambos os lados, dos quais se espera maior capacidade de comunicação, mas que também entendam que o ódio e a polaridade obtusa não podem ser as principais armas eleitorais.

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