Por que os adolescentes de hoje sentem vergonha dos pais?
- Gedeon Lidório

- 25 de jun.
- 2 min de leitura
Parte 4
Ser rejeitado ou envergonhado por um filho é uma dor profunda. Muitos pais, diante disso, reagem com raiva, frieza ou indiferença, mecanismos naturais de defesa contra a dor emocional. Outros se retraem, sentindo-se culpados, desprezados, desvalorizados. Mas há um caminho mais excelente: o caminho da graça, da firmeza amorosa e da reconexão paciente.
A Bíblia nos mostra que Deus, como Pai, responde à rebeldia de seus filhos não com violência, mas com misericórdia, justiça e persistência no amor (ver Oséias 11:1–4).

1. Escute mais do que fala
Muitos pais falam o tempo todo, mas não escutam. A escuta, no entanto, é a linguagem do amor. O adolescente, ainda que rude ou calado, está dizendo algo com suas atitudes e os pais precisam desenvolver sensibilidade para ouvir “o que não foi dito”.
“Estejam prontos para ouvir, mas não se apressem em falar nem em se irar.” - (Tiago 1:19, NVT)
O silêncio de um filho pode ser um pedido de escuta. E a escuta genuína, sem interrupção, julgamento ou sermão imediato, é uma forma poderosa de restaurar pontes emocionais.
2. Pergunte sem julgar
Em vez de perguntas acusatórias (“Por que está me tratando assim?”), tente perguntas abertas e empáticas:
• “Como você está se sentindo na escola?”
• “Tem algo que você gostaria que eu fizesse diferente?”
• “O que tem sido mais difícil para você nesses dias?”
Essas perguntas não precisam ser frequentes, mas precisam ser sinceras. E o mais importante: não interrompa. Escute com atenção e com oração silenciosa no coração.
3. Compartilhe sua própria adolescência
O adolescente precisa saber que você também já sentiu medo, vergonha, dúvida, raiva e solidão. Pais que parecem invencíveis são inalcançáveis. Quando os pais mostram sua humanidade, tornam-se acessíveis.
Conte episódios reais, com vulnerabilidade. Fale dos erros que cometeu, das vezes que sentiu vergonha dos seus próprios pais. Isso não enfraquece sua autoridade, mas fortalece a conexão.
4. Ore com e pelos seus filhos
Pais que oram pelos filhos em silêncio cumprem um papel sacerdotal. Pais que oram com os filhos criam vínculos espirituais profundos. Mesmo que o adolescente não aceite orar junto, ouvir que é lembrado diante de Deus pode quebrar barreiras emocionais.
“A oração feita por um justo tem grande poder e produz grandes resultados.” - (Tiago 5:16b, NVT)
O quarto de oração pode ser mais eficaz que a sala de discussão. Os pais precisam aprender a lutar por seus filhos no lugar secreto.
5. Mantenha firmeza com ternura
Amor não é permissividade. É possível ser firme e amoroso ao mesmo tempo. Um pai ou mãe que impõe limites com carinho está ensinando o adolescente a respeitar a si mesmo, ao próximo e a Deus.
“Porque o Senhor disciplina aqueles que ama e castiga todo aquele que aceita como filho.” - (Hebreus 12:6, NVT)
A disciplina bíblica é formativa, não destrutiva. Não humilha, não agride, mas ensina. O adolescente que hoje rejeita limites, amanhã agradecerá por eles, se forem transmitidos com coerência, presença e afeto.
Prof. Gedeon Lidório
Teologia, Antropologia, Filosofia e Psicanálise
Instagram: @gedeonlidorio
E-mail: gedeon@lidorio.com.br













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