Nós, cristãos reformados, celebramos a Quaresma?
- Christina Faggion Vinholo

- 13 de mar.
- 2 min de leitura
Por Christina Faggion Vinholo, teóloga, especialista em AT e NT.
A Quaresma não é uma prática exclusiva do catolicismo, mas uma tradição cristã antiga que convida os crentes a um período de reflexão, arrependimento e busca mais intensa por Deus em preparação para a Páscoa. Embora muitos reformados tenham se distanciado dessa observância por associarem-na a tradições vazias ou a um ritualismo sem significado, é importante lembrar que a ideia de dedicar um tempo à renovação espiritual não é antibíblica.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, a Igreja entendeu a importância de um tempo de preparação para a celebração da ressurreição de Cristo. A Quaresma, tradicionalmente com duração de 40 dias, remete ao período que Jesus passou no deserto, em jejum e oração, enfrentando tentações e se fortalecendo para sua missão. Esse tempo não é um fim em si mesmo, mas um meio de nos lembrar de nossa dependência de Deus, de nossa necessidade de arrependimento e da grandeza da graça que nos foi dada em Cristo.
Para os cristãos reformados, que valorizam a centralidade das Escrituras e a graça de Deus acima de qualquer mérito humano, a Quaresma pode ser um tempo de reflexão sincera e disciplinada sobre nossa caminhada espiritual. Não se trata de um ritual obrigatório, mas de um convite à comunhão mais profunda com Deus, à mortificação do pecado e à renovação da esperança na obra redentora de Cristo. O verdadeiro perigo não está em observar esse tempo, mas em fazê-lo de maneira mecânica, sem entendimento e sem transformação real.
Assim, longe de ser uma tradição vazia, a Quaresma pode ser um período significativo para relembrarmos a seriedade do nosso pecado, a grandeza do sacrifício de Cristo e a alegria da redenção que celebramos na Páscoa. É um convite a desacelerar, a buscar ao Senhor com mais fervor e a viver com maior consciência da obra de Cristo em nós e por nós.
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