Hayslon Miguel Valim de Oliveira: onde está?
- Ana Floripes
- 13 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Por Ana Floripes - Professora

SOS - a vítima: Hayslon
Hoje, 51 dias após o desaparecimento do adolescente Hayslon Miguel Valim de Oliveira, 16 anos, o sr. Valdecir, pai, não consegue mais esconder as lágrimas. Elas correm livremente pela sua face. Seu sofrimento está exposto. Segundo ele, o nome de seu filho é em homenagem à Haysla, nome de sua irmã. Ela faleceu precocemente em um acidente. Hayslon apresenta um comportamento tímido, é muito quietinho. Quando criança preferia o contato com adultos. Na escola gostava de ficar perto das merendeiras. Tinha dificuldade de estabelecer vínculos sociais. Dificilmente iniciava diálogo. Era comum os professores falarem que tratava-se de um garoto muito educado, mas com dificuldades de aprendizagem, sempre participou dos apoios de contraturno. Faz muito tempo que observa-se o seu amor e necessidade de estar em meio à natureza. Também ajudava muito com as atividades domésticas, inclusive fazia a comida. Não aceitava comer em sua casa se não fosse ele fazê-la. Não faz e não aceita nada de errado. Não tem meio termo: é sim ou não. Foge de lugares ruidosos e da movimentação de pessoas.
O tio, irmão do pai de Hayslon, com a voz embargada e com lágrimas nos olhos, relata:
“Eu trabalho com obras, barracão. O Hayslon é uma pessoa quieta, trabalhador. Ajudava bastante seu pai, (choro). Não vou conseguir nem falar porque vejo o sofrimento do meu irmão, tento ajudar. Não estamos conseguindo encontrá-lo. Mais tarde talvez conseguirei falar alguma coisa. Mas é triste, viu. Agora mesmo estava conversando com os funcionários, se no meio da semana ninguém conseguir fazer a varredura da área que houve a pista entre Cidade Gaúcha, Nova Olímpia e Maria Helena, falei que irei colocar o carro e pegar as pessoas que trabalham comigo e vamos vasculhar todos os lugares naquela região: pastos, beira de água, tudo. No final de semana estamos com plano de fazer isso. É triste! É doido ver o sofrimento de um irmão e não poder fazer quase nada. Ele é um menino tão bom e não tem problema com nada de errado. Só trabalha e estuda. Nunca se envolveu com nada de errado. Nós não vamos parar de procurá-lo. Eu agradeço o esforço de vocês que estão empenhados nas buscas e em oração. Se Deus quiser vamos encontrá-lo” (Zezinho – tio).
Seguem, depoimentos de amigos da família:
“Morei perto de duas residências da família (pai, Hayslon e Gustavo). O Hayslon, eu o cumprimentava e ele respondia. Em seguida, partia para o outro lado da casa. Não ficava perto de forma alguma. Muito educado e tranquilo, diferente do irmão Gustavo que é comunicativo. Quando mudaram no sítio, fui até lá montei móveis. O Hayslon me cumprimentou e foi para fora da casa, creio que andar em volta, por ali, mas quando ele morava bem pertinho de minha casa, permanecia sempre dentro da casa dele, às vezes saia na rua para encontrar sinal internet na rua do tio que é vizinho meu. Ficava no escuro atrás de uma árvore de blusão com touca escondendo rosto. Depois voltava para casa. Quase não fazia contato visual, conversa então, mínima" (Jonathan).
“No passado o pai trabalhava no Reciclado. Sempre muito amoroso e cuidadoso com seus filhos. A escola chamava ia rapidamente. Sempre se preocupava com a alimentação deles. O Hayslon gosta muito de andar bem arrumadinho. No dia que conversei com ele disse que estava feliz e ajuntariam dinheiro para arrumar os dentes, colocar aparelho. Sempre achei o olhar dele muito triste. Parece que não gosta de ficar perto das pessoas” (Maria).
"Acompanho as mensagens que chegam via telefone do Valdecir, e é difícil não se comover. Há àquelas que dão pistas, mas sem fotos e muitas vezes dizendo que viram seu filho a um, dois ou três dias ou uma ou duas semanas. Ele saí em disparada para os locais. Algumas pessoas citam locais onde há mau cheiro. Ele também saí em disparada, mas nesses momentos, é comum ouvi-lo: “Não é ele, se Deus quiser, não é ele.” Houve dias de encontrarem animais mortos e no local, ele agradecer a Deus por não ser o corpo de seu filho, e continua: "Meu filho está vivo. Assim que encontrar o Hayslon, vamos fazer novamente a oração no mesmo lugar em que foi feita a anterior para agradecer a Deus.” Ele está à frente das buscas. Não parará até não encontrá-lo. O desgaste físico e emocional desses 51 dias é fácil mensurar" (Clara).

Sr. Valdecir, pai do Hayslon Miguel

Hayslon Miguel - 1,70m, 16 anos, desapareceu no dia 23/10/2021, em Cianorte-PR

Hayslon Miguel - imagem - álbum de família

Hayslon Miguel - imagem - álbum de família
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