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Cianortenses, as redes sociais e nossa saúde mental

As redes sociais rompem barreiras geográficas, nos colocam em contato com pessoas queridas e proporcionam conteúdos para todos os gostos — informativos, educativos e de entretenimento. Porém, há também um lado negativo na relação entre redes sociais e saúde mental de nossa sociedade.


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O tempo dedicado a elas pode gerar consequências negativas em vários aspectos, como na percepção sobre a própria vida, autoestima, qualidade dos relacionamentos interpessoais, comportamento alimentar, produtividade da rotina e até no ciclo de sono.


Qual é o impacto das mídias sociais na nossa saúde mental?


Em primeiro lugar, precisamos notar que os problemas de saúde mental são multicausais. Geralmente, eles surgem de um conjunto complexo de fatores. Desse modo, é importante ter cuidado ao apontar as redes sociais como um grande desencadeador de transtornos.


Porém, elas podem sim gerar uma série de gatilhos que fomentam quadros clínicos de ansiedade, depressão, transtornos de autoimagem, entre outros problemas. Veja só alguns dos principais motivos!


Padrões ideais e inalcançáveis


As redes sociais são um recorte da realidade. Por lá, as pessoas postam fotos e compartilham palavras de momentos marcantes que, geralmente, são bons. Quando consumimos conteúdos em excesso, sobretudo se já estamos em alguma fase mais delicada da saúde mental, temos a impressão de que a vida de todos é muito melhor do que a nossa.


Rostos, corpos, rotinas, trabalhos, viagens e relacionamentos perfeitos, como aparecem nas postagens, aumentam a sensação de desvalor. Isso colabora com autocobranças em excesso, que podem somar quadros de estresse, desmotivação e autodepreciação.


Fenômenos de dependência


Muitos estudos já mostraram que o uso excessivo de telas altera o funcionamento do cérebro, sobretudo no que se refere aos neurotransmissores do bem-estar. Quando usadas de maneira não saudável, as redes sociais contribuem com alguns níveis de dependência no sistema de recompensa cerebral.


Isso porque os estímulos constantes e os reforços positivos — como curtidas, comentários e validações — disparam a produção de dopamina, uma das moléculas responsáveis pelo prazer. O problema é que essa produção se dá em ritmo acelerado e com pouco esforço cerebral.


Assim, é como se perdêssemos a capacidade de gerar essas moléculas em quaisquer outras atividades que demandem mais energia, como uma caminhada em contato com a natureza. Com o tempo, o mundo lá fora vai ficando cada vez menos capaz de gerar prazer ou motivação.


Coragem


Por trás de uma tela, ganhamos coragem para escrever coisas que seriam muito mais difíceis pessoalmente. Isso é bom por um lado: muitas pessoas com dificuldade em interações interpessoais encontram ali amigos e até relações afetivas por conseguirem se expressar melhor.


Por outro, há quem não tem a coragem suficiente de encarar o outro olho a olho e abuse dessa maior liberdade para propagar opiniões e comentários inapropriados, prejudicando terceiros. As redes são um terreno fértil para o cyberbullying, isto é, a violência psicológica e a perseguição de pessoas por meio da internet, o que é ainda mais delicado no caso de crianças e adolescentes, mais que se estende para todos e até aos meios políticos e de outros setores da sociedade.


Danos ao sono


Por serem grandes geradoras de dopamina, abrir as redes sociais a todo momento rapidamente se torna um hábito. Mais do que isso, elas geram o “medo de estar perdendo algo” (o famoso termo em inglês “fear of missing out”), que é a sensação de inquietude por perder as atualizações dos feeds.


Antes de dormir, uma rápida consulta no Instagram — que pode virar minutos de rolagem de tela — elevam as chances de insônia, já que os estímulos impedem o cérebro de entrar no modo de desaceleração para o descanso.


Além disso, a própria tela tem participação nesse impacto, já que a iluminação faz com que o cérebro não entenda que é noite. Assim, reduz ou até inibe a produção de melatonina, um dos hormônios responsáveis pela indução e manutenção do sono.


Quais são os efeitos negativos das redes sociais?


Com os impactos do uso excessivo das redes sociais, alguns efeitos negativos podem ser desencadeados. Veja os principais a seguir.


Impulsividade


Os prejuízos para o funcionamento do sistema de recompensa elevam o imediatismo — a necessidade de ter gratificação imediata. Assim, no dia a dia, podemos ter uma dificuldade maior para lidar com frustrações, intercorrências ou mesmo com a espera.


Ansiedade


Os fatores citados elevam o risco de desenvolver um transtorno de ansiedade, tanto pelo excesso de estímulos como pela comparação com outras pessoas e até mesmo pelos prejuízos no ciclo de sono.


Perda de interações presenciais


O vício nas redes também prejudica a manutenção de relações interpessoais saudáveis no mundo offline. É comum que as pessoas percam a oportunidade de estabelecer contato com o outro ou de passar um tempo de qualidade sem estarem conectadas.


Transtornos de autoimagem


Os padrões de beleza inalcançáveis difundidos nas redes sociais, geralmente a partir de fotos supereditadas e com filtros, têm um impacto enorme na autoestima. Isso pode gerar efeitos dramáticos no esforço de se adaptar a eles, como perda da autenticidade, distúrbios alimentares e depressão.


Como lidar com isso?


Para evitar esses impactos negativos que podem surgir na relação entre redes sociais e saúde mental, é importante usá-las de forma saudável. Veja algumas dicas para aproveitar apenas o lado bom delas:


Faça uma curadoria: mantenha em suas redes apenas páginas e pessoas que tragam sensações de paz e tranquilidade e conteúdos edificantes;

Desative notificações: assim, você evita a necessidade de checar imediatamente qualquer movimentação das redes;

Estabeleça uma meta de uso: tenha um tempo limite para gastar com as redes sociais, cuidando para não ficar lá por tempo em excesso;

Tenha outros passatempos: não use apenas as redes sociais para se distrair, lembre-se de outros hábitos e hobbies e incorpore-os novamente à sua rotina;

Foque na sua vida presencial: quando estiver conversando — seja no trabalho, durante as refeições ou até mesmo enquanto assiste a um filme —, deixe o celular longe para aproveitar o momento com 100% de atenção, sem o distrativo das redes;

Tenha senso crítico: lembre-se de que as redes mostram apenas um recorte positivo (e editado) da vida das pessoas. Então, não faça comparações tomando o que vê por lá como realidade.


Diante desta leitura, você viu que é preciso ter cuidado na relação entre redes sociais e saúde mental. Quando usadas de forma excessiva ou inadequada, elas são um terreno fértil para gatilhos que podem fomentar problemas emocionais e até mesmo fisiológicos.



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