SP e PR concentram as 10 cidades com desenvolvimento mais alto do Brasil
- Marcio Nolasco
- há 4 horas
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As dez cidades que apresentam os níveis mais altos de desenvolvimento socioeconômico do Brasil estão concentradas nos estados de São Paulo e Paraná. Por outro lado, os dez municípios com os piores desempenhos ficam na região Norte e no Maranhão.

É o que aponta a nova edição do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), divulgada nesta quinta-feira (8) pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
A pesquisa reúne dados oficiais até 2023, divididos em três áreas: emprego e renda, saúde e educação. A escala do IFDM varia de 0 a 1 ponto.
Quanto mais próximo de 1 estiver o número, melhor é o resultado. O estudo trabalha com quatro categorias de desenvolvimento: crítico (inferior a 0,4 ponto), baixo (entre 0,4 e 0,6), moderado (entre 0,6 e 0,8) e alto (acima de 0,8).
Em 2023, a liderança do ranking ficou com o município paulista de Águas de São Pedro (a 184 km da capital), com índice de 0,8932 (alto). O topo havia sido ocupado em 2022 pelo paranaense Maringá.
Águas de São Pedro já havia alcançado o primeiro lugar do país em outros quatro anos da série histórica (2013, 2016, 2018 e 2021), diz a Firjan. Isso, na visão da entidade, reafirma "um histórico de excelência".
Com população de 2.780 habitantes no Censo Demográfico 2022, a cidade paulista mostra desenvolvimento alto (acima de 0,8) nas três variáveis que compõem o índice geral (emprego e renda, saúde e educação). O município é conhecido pela vocação turística associada à presença de águas medicinais.
Águas de São Pedro também chama a atenção pela pequena extensão territorial.
Tem a menor área dos 645 municípios de São Paulo (3,612 km²) e a segunda menor do país, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No IFDM de 2023, São Caetano do Sul (SP), no ABC Paulista, teve o segundo maior nível de desenvolvimento socioeconômico do Brasil (0,8882). Curitiba (0,8855) apareceu na terceira posição.
Maringá (PR), Americana (SP), Toledo (PR), Marechal Cândido Rondon (PR), São José do Rio Preto (SP), Francisco Beltrão (PR) e Indaiatuba (SP) completaram a relação dos dez municípios com as melhores colocações. Todos mostraram índices altos de desenvolvimento (acima de 0,8).
Fora de São Paulo e Paraná, o município que está melhor posicionado no ranking é o gaúcho Lajeado (0,8680), no 11º lugar nacional.
Ao ser questionado sobre o que explicaria os resultados, o gerente de estudos econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, disse que os números de maneira geral podem ser associados a "boas políticas públicas" desempenhadas ao longo de "vários anos".
IPIXUNA (AM) FICA EM ÚLTIMO LUGAR
Na ponta de baixo do IFDM, Ipixuna, no interior do Amazonas, mostrou o pior resultado em 2023. O índice do município, que tinha 24,3 mil habitantes no Censo 2022, foi de 0,1485 (crítico).
Jenipapo dos Vieiras (0,1583), no Maranhão, e Uiramutã (0,1621), em Roraima, também chamam a atenção na parte inferior do ranking. A cidade roraimense havia sido a última em 2022.
Em 2023, Jutaí (AM), Santa Rosa do Purus (AC), Oeiras do Pará (PA), Fernando Falcão (MA), Limoeiro do Ajuru (PA), Melgaço (PA) e Curralinho (PA) completaram a relação dos dez locais com piores índices. Todos apresentaram nível crítico de desenvolvimento (inferior a 0,4).
A Firjan disse que essas cidades sofrem com dificuldades nas três áreas investigadas ao longo da série histórica. A federação também lembrou que os desafios logísticos da região Norte podem prejudicar o acesso da população a melhores condições de emprego e renda, saúde e educação.
Na média do Brasil, o IFDM alcançou a marca de 0,6067 em 2023, o que significa desenvolvimento moderado. O índice cresceu 29,8% em relação ao início da série histórica, em 2013, quando estava em 0,4674 (baixo). Apesar do avanço, a Firjan ressaltou que a desigualdade regional permanece.
Entre as capitais, a liderança ficou com Curitiba (0,8855), seguida por São Paulo (0,8271), Vitória (0,8200), Campo Grande (0,8101) e Belo Horizonte (0,8063). São as cinco que apresentaram alto desenvolvimento. Macapá (0,5662) mostrou o menor índice das capitais. É a única com baixo desenvolvimento no IFDM.
O QUE O IFDM INVESTIGA
A série do índice passou por revisão metodológica, segundo a Firjan. Em emprego e renda, o estudo analisa estatísticas relacionadas com absorção da mão de obra formal, PIB per capita, diversidade econômica, participação dos salários no PIB, percentual de desligamentos voluntários e taxa de pobreza.
Em saúde, o indicador olha para dados de pré-natal, gravidez na adolescência, internações sensíveis à atenção básica e por doenças relacionadas a saneamento inadequado, óbitos infantis evitáveis, cobertura vacinal e proporção de médicos disponíveis para cada mil habitantes.
Em educação, a pesquisa abrange informações sobre adequação da formação de professores, oferta de ensino em tempo integral, taxa de atendimento escolar a crianças de zero a três anos, taxa de abandono, distorção idade-série e números do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Segundo a Firjan, não foi possível calcular o IFDM de educação para 20 municípios devido à indisponibilidade de algumas estatísticas. Por isso, a pesquisa abrange um total de 5.550 cidades, em vez de 5.570.
*Municípios com melhores desempenhos no IFDM em 2023Pontuação de 0 a 1 (quanto maior, melhor)
Águas de São Pedro (SP) - 0,893S
ão Caetano do Sul (SP) - 0,888
Curitiba (PR) - 0,886
Maringá (PR) - 0,881
Americana (SP) - 0,881
Toledo (PR) - 0,876
Marechal Cândido Rondon (PR) - 0,875
São José do Rio Preto (SP) - 0,875
Francisco Beltrão (PR) - 0,874I
ndaiatuba (SP) - 0,872
Fonte: Firjan
Municípios com piores desempenhos no IFDM em 2023Pontuação de 0 a 1 (quanto menor, pior)
Ipixuna (AM) - 0,149
Jenipapo dos Vieiras (MA) - 0,158
Uiramutã (RR) - 0,162
Jutaí (AM) - 0,180
Santa Rosa do Purus (AC) - 0,181
Oeiras do Pará (PA) - 0,214
Fernando Falcão (MA) - 0,216
Limoeiro do Ajuru (PA) - 0,242
Melgaço (PA) - 0,243
Curralinho (PA) - 0,243
Fonte: Firjan
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