Quando o Luto Chega: O Olhar de Jesus sobre Nossa Dor
- Christina Faggion Vinholo

- 14 de out.
- 2 min de leitura
Christina Faggion Vinholo, teóloga.
Especialista em Antigo e Novo Testamento.
O luto tem o poder de paralisar a alma. Ele invade silenciosamente, deixa marcas profundas, um gosto amargo na boca e lágrimas que parecem não ter fim. A notícia da morte de alguém que amamos nos lança em uma realidade dura: a finitude da vida.
Mas a Palavra de Deus nos mostra que nem mesmo Jesus esteve isento dessa experiência.

Em Mateus 14.13-14, lemos que, ao saber da morte de João Batista, Jesus retirou-se para um lugar deserto, em busca de solitude. O luto O alcançou. O Verbo eterno — Aquele que tem em Si mesmo a vida (João 1.4) — experimentou a dor da perda.
Isso nos revela que Cristo não é um Salvador distante, mas alguém que conhece de perto as dores humanas. Ele, que poderia reverter a morte com uma palavra, deixou-se ferir pela realidade da separação, mostrando-nos que o luto não é sinal de fraqueza, mas de humanidade.
E mais: em João 11.35, o evangelista registra com simplicidade e profundidade — “Jesus chorou.”
O Senhor dos senhores, diante da morte de Lázaro, Se comoveu, aproximou-Se da dor daqueles que sofriam e compartilhou de suas lágrimas.
Aqui está um consolo precioso: o nosso Redentor é um Deus que sente conosco, que se compadece da nossa dor e que nunca é indiferente ao peso que carregamos.
À luz da teologia reformada, sabemos que Cristo é o Sumo Sacerdote perfeito (Hb 4.15-16). Ele não apenas nos observa de longe, mas intercede por nós diante do Pai. Temos acesso ao trono da graça, não porque dominamos a dor, mas porque Aquele que venceu a morte entrou nela por nós.
Ele sabe exatamente o que sentimos, porque Ele mesmo passou por isso.
Assim, quando o luto chega, não estamos entregues ao vazio. Podemos levantar os olhos e contemplar Jesus. Ele conhece a intensidade do que enfrentamos e, mais ainda, é a esperança que transforma nosso choro em expectativa.
A morte não terá a última palavra. No Cristo ressurreto há promessa de consolo presente e de glória futura.
Que esse lembrete alcance os corações feridos: não caminhamos sozinhos no vale da sombra da morte.
O Senhor que chorou está conosco, sente conosco e nos conduz à vida eterna — onde “Deus enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 21.4).
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Meus sentimentos Cris, lamentável a morte mas como seu texto diz , a perda é dura mas temos a esperança no lar sem dor e morte com Jesus.
Texto lindo, profundo, sincero e verdadeiro. Deus te abençoe