O Deus da Paz

Por Christina Faggion Vinholo, teóloga, especialista em AT e NT.

“O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Nm 6.26).

Essa paz não é ausência de guerra, nem mero silêncio de conflitos. É uma paz que desce do alto, que vem como brisa suave mesmo quando os ventos da vida sopram fortes.

Jesus prometeu essa paz aos seus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não a dou como o mundo a dá” (Jo 14.27). Ele não nos enganou com promessas vazias de estabilidade política, segurança financeira ou felicidade contínua. Sua paz não é superficial, mas profunda. Ela não depende das circunstâncias, porque está enraizada n’Ele — o Príncipe da Paz (Is 9.6).

Quantas vezes temos buscado descanso na estabilidade do governo, segurança no saldo bancário, satisfação em uma carreira, em um casamento idealizado, na conquista de títulos ou no aplauso dos outros? Mas tudo isso é fumaça. Pode até nos distrair por um tempo, mas não aquieta o coração. A paz do mundo é frágil, condicional, passageira.

A paz de Deus, no entanto, “excede todo o entendimento” (Fp 4.7). Ela guarda o coração, sustenta a mente, mesmo quando tudo ao redor parece desabar. É a paz que acompanha quem conhece o Senhor e sabe que está seguro em Suas mãos — mesmo sem entender o caminho.

Por isso, a Palavra nos convida: “Que a paz de Cristo, à qual fostes chamados em um só corpo, domine em vossos corações” (Cl 3.15). Essa paz é mais que consolo — é governo. Ela reina no íntimo daqueles que foram chamados por Deus e unidos em Cristo. Quando a paz de Cristo domina, ela coloca em ordem os sentimentos, aquieta as inquietações e alinha o coração com a vontade do Pai.

Essa paz não se compra, não se conquista, não se produz com esforço humano. Ela é dom. Presente gracioso de um Deus que nos amou primeiro e que, em Cristo, nos reconciliou consigo. Na cruz, o caos foi vencido. O preço da nossa paz foi pago com sangue. O túmulo vazio é a garantia de que nada poderá nos separar do amor de Deus.

Então, antes de buscar paz em coisas, busque o Deus da paz. Volte os olhos para Ele, que levanta o rosto sobre você, não para acusar, mas para abençoar. Em Jesus, a paz não é uma promessa distante — é uma realidade presente. Ainda que tudo falhe, n’Ele, tudo permanece.

“Ora, o Senhor da paz, ele mesmo, vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias. O Senhor seja com todos vós” (2Ts 3.16).

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