INTERMINÁVEL NOVELA MARINGAENSE O escândalo Gianoto e Paolicchi ganha novo capítulo
- Nelson Guerra

- 10 de fev.
- 2 min de leitura
Por Nelson Guerra - Analista político
O maringaense acompanhou, na semana passada, mais um capítulo do maior escândalo financeiro da história de Maringá, protagonizado pelo ex-prefeito Jairo Gianoto e seu secretário da Fazenda, Luiz Antonio Paolicchi. A Justiça Federal determinou, na última quarta-feira (5), um novo repasse de R$ 66 milhões aos cofres municipais, elevando o valor recuperado para cerca de R$ 80 milhões.

Relembre os capítulos anteriores desta saga
No início dos anos 2000, o desvio de recursos públicos orquestrado pela dupla girava em torno de R$ 100 milhões (equivalente a cerca de R$ 500 milhões em valores atuais). Paolicchi, apontado como mentor do esquema, foi condenado e preso por peculato e formação de quadrilha. Gianoto também foi condenado e preso por improbidade administrativa, ficando inelegível, mas obteve liberdade logo em seguida.
O escândalo abalou a cidade, causando uma grave crise financeira que afetou investimentos e serviços públicos por anos. A repercussão foi tamanha que o caso é considerado um dos maiores escândalos do Paraná.
Em 2011, um capítulo trágico marcou a história: Paolicci, após cumprir sua pena, foi assassinado a tiros dentro de seu carro. e seu ex-companheiro foi condenado por júri popular pelo crime.
A decisão da Justiça
Os valores atualmente recebidos pelo município são provenientes de leilões da empresa Mineradora de Águas Rainha (de Paolicchi) e de duas fazendas em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (em nome de terceiros).
O procurador do município, Luiz Fernando Bolso, esclareceu que a condenação, resultado de um trabalho conjunto do Ministério Público Estadual, Polícia Federal, Procuradoria do Município de Maringá e Vara Federal, garantiu a devolução de cerca de R$ 66 milhões ao município. "Esses valores se referem a bens adquiridos com recursos públicos, como as fazendas de Luiz Antônio Paolicchi e a mineradora Rainha, que foram arrematados em leilão judicial por terceiros", explicou o procurador.
Cronologia do escândalo:
1997-2000: Desvios de recursos públicos durante a gestão de Jairo Gianoto.
2000: O escândalo é revelado, com a distribuição de adesivos com a frase "Maringá contra a Corrupção".
2001 e 2002: O Ministério Público do Paraná (MP-PR) entra com ações civis públicas contra os envolvidos, resultando na prisão de mais de quinze pessoas.
2010: O juiz Mario Seto Takeguyma, da 1ª Vara Cível de Maringá, profere as sentenças condenatórias.
2010 em diante: Os réus são condenados por improbidade administrativa, incluindo o ex-prefeito Jairo Gianoto, o ex-secretário Luiz Antonio Paolicchi e outros servidores municipais.
Este novo capítulo da "novela maringaense" traz à tona a importância da fiscalização dos recursos públicos e da punição dos responsáveis por desvios. A recuperação de parte dos valores desviados representa um passo importante para o município, que ainda busca superar os impactos negativos do escândalo.
(Professor Nelson Guerra, analista político)














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