CIANORTE ESTARÁ QUEBRADA AO FINAL DE 2028? PARTE 2 DE 3...

Por Marcio Nolasco - Analista de Políticas Públicas - ENAP

PARTE 2

DÍVIDA DE CIANORTE EXPLODE E CUSTA MILHÕES EM JUROS!

NÃO SEJA CANDIDATO A PREFEITO EM CIANORTE EM 2028! Simples assim. Se você é um cidadão comum, vereador eleito no passado ou atual, empresário, enfim, se você é Cianortense e tem ambição em ser candidato a Prefeito nas próximas eleições (2028), PENSE DUAS VEZES! Ou melhor, pense três, quatro, CINCO vezes sobre o assunto (e continue pensando seis, sete, oito... até que você consiga deixar de lado a emoção, o frio na barriga, o “bate forte coração” que toma seu interior quando pensa nisso, e aja com a razão, com o cérebro, com racionalidade. Se é seu sonho ser Prefeito de Cianorte, deixe o sonho para 2032, ou 2036 (quando os empréstimos realizados pelo Poder Executivo atual já tiverem sido pagos).

Imagem apenas Ilustrativa

A cidade que já foi referência na produção de café (na primeira metade do século XX), que já foi referência no vestuário e que hoje conseguiu o selo de Cidade Árvore do Mundo (o que não é mérito de ninguém além da própria mãe natureza), está afundando em um abismo financeiro criado pela própria gestão municipal. Os dados frios, mas aterrorizantes, revelam uma escalada irresponsável no endividamento do município, com a prefeitura engatando uma série de empréstimos que, em vez de impulsionar o progresso, vem tampando o sol com a peneira e drenando os cofres públicos em juros astronômicos. Sabe aquela lojinha bonita, aquele comércio bem cuidado, com uma fachada bonita, calçada sempre limpinha que, de repente, fecha e você fica pensando “ué, fechou? Mas do nada”? NUNCA é do nada. A fachada bonita, as paredes pintadas, a calçada varrida e sempre limpa não mostram os bastidores do negócio como ele realmente é, as dificuldades, as escolhas de investimento de recursos, o que acontece na gestão do negócio.

Um negócio não fecha “do nada”; sempre há um ponto de partida e sucessivos acontecimentos que levam à falência do negócio (e este exemplo da lojinha, do comércio, foi dado para que você compreenda os próximos parágrafos, e veja Cianorte desta forma, como se fosse esta lojinha bem cuidada, limpinha, e bonita aos olhos... uma cidade que “por fora bela viola; mas por dentro...”).

A população vem assistindo nos últimos anos ao aumento da arrecadação de impostos, e a cada ano que passa (mesmo sem perceber) está sendo forçada a sustentar uma dívida crescente que hipoteca o futuro da cidade em nome de uma transformação falaciosa, que não se sustenta além das narrativas e das redes sociais, e que mais parece uma sangria descontrolada e desenfreada. O que se desenha, na verdade, é um quadro de calamidade financeira. Desde o início da atual gestão, em 2021, o valor pago por Cianorte apenas em juros sobre a dívida não para de crescer em progressão geométrica. Em 2021, a conta com os bancos já pesava um total R$ 2.014.499,02. No ano seguinte, esse valor mais que dobrou, saltando para R$ 5.133.879,60. Este não é um crescimento saudável, é um sintoma claro de uma dependência patológica e crescente de dinheiro de terceiros, uma verdadeira bola de neve que ameaça engolir as finanças municipais. Onde está o planejamento? Por que tanto recurso externo (de bancos, que cobram juros sobre juros, e sobre juros e mais juros) se a arrecadação de impostos também tem subido?

Imagens Retiradas do Portal da Transparência de Cianorte

A irresponsabilidade atingiu seu ápice em 2024, quando o município desembolsou R$ 6.406.212,04 só para cobrir os encargos de empréstimos. Essa cifra é um tapa na cara do cidadão que paga seus tributos e espera ver o dinheiro investido em serviços essenciais. A situação é de uma perplexidade revoltante: O SENSO COMUM PREGA QUE, ANTES DE SE AJOELHAR PARA OS BANCOS, UM GESTOR DEVE CORTAR OS GASTOS SUPÉRFLUOS, A "PERFUMARIA" E OS LUXOS QUE ENCHEM OS OLHOS, mas não resolvem os problemas reais. No entanto, o que vemos em Cianorte é o caminho inverso: empréstimos atrás de mais empréstimos para "investir", enquanto a conta de juros se avoluma, a cidade caminha para a falência e a conta vai ficar para os próximos prefeitos que se atreverem a disputar as eleições municipais. Assumir a gestão de um município não é fácil, nunca foi e nunca será, mas em se tratando da situação financeira atual de Cianorte, o desafio será ainda mais complexo.