China anuncia alterações na política monetária para apoiar economia
- Marcio Nolasco
- há 22 horas
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A China anunciou nesta quarta-feira (7) mudanças em sua política monetária para amenizar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos, poucos dias antes do reinício das negociações em Genebra.

O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, informou que a taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) foi reduzida de 1,5% para 1,4%. Além disso, a taxa de empréstimos aos bancos comerciais caiu 0,25 ponto percentual, passando a 1,5%, e o índice de reservas obrigatórias foi cortado em 0,5 ponto, liberando cerca de um trilhão de yuans (121 bilhões de euros) em liquidez extra.
Como parte do esforço para impulsionar o consumo interno, o banco central também diminuiu a taxa de juros dos empréstimos imobiliários de prazo de cinco anos.
As medidas chegam em um momento de desaquecimento da economia chinesa, agravado pelas tarifas dos EUA, que atingem até 145% sobre vários produtos chineses. Dependente das exportações, a China já enfrentava uma crise prolongada no setor imobiliário.
Em retaliação, Pequim aplicou tarifas de até 125% sobre bens norte-americanos e suspendeu grande parte das compras de produtos agrícolas dos EUA.
Na terça-feira, ambos os governos confirmaram que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, se encontrarão ainda esta semana, em Genebra, com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng.
Apesar do avanço diplomático, EUA e China mantêm posição rígida sobre as tarifas. Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, alerta que o encontro “pode consolidar a frágil confiança ou reacender a guerra comercial”.
O conflito já afetou as duas maiores economias mundiais: os EUA registraram contração de 0,3% no PIB do primeiro trimestre, enquanto a China anotou 5,4% de crescimento anual, impulsionado por um pico temporário na produção industrial — dado que alguns analistas consideram pouco confiável, devido à queda em encomendas para exportação e ao esfriamento do ânimo empresarial.
Após o anúncio, os mercados reagiram positivamente: as bolsas de Hong Kong subiram mais de 2% e as de Xangai ganharam 0,5%, enquanto os futuros americanos também avançaram. Ainda assim, analistas como Tan Jing Yi, do Mizuho Bank, recomendam cautela: “Não se espera uma reação eufórica. Qualquer alívio poderá vir apenas em cortes pontuais de tarifas.”
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