Brasil sem Heróis: Eleitores querem cartão vermelho para Lula e Bolsonaro
- Nelson Guerra
- há 4 dias
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Por Professor Nelson Guerra, analista político
Se política fosse novela das nove, Lula e Bolsonaro seriam aqueles vilões que todo mundo ama odiar, mas a audiência já deu spoiler: 60% dos brasileiros gritam "COOOORTA!" para os dois em 2026, segundo a última pesquisa Quaest.

Se a eleição presidencial fosse hoje, o brasileiro estaria mais perdido que cebola em salada de frutas. A pesquisa escancarou o que já se cochichava nos botecos, nas filas de lotéricas e nos grupos de WhatsApp: o povo está de saco cheio da velha polarização entre Lula e Bolsonaro.
A DUPLA DINÂMICA JÁ ERA, MEU FI!
O Partido dos Trabalhadores que um dia foi a "página de memes" das redes sociais populares agora parece perfil verificado com cinco seguidores. Virou aquela banda de rock que só toca clássico para o fã-clube envelhecido — e olhe lá! Até nos redutos onde Lula era "rei do churrasco de domingo", a carne está queimando: a rejeição ao governo avança como rastro de pólvora em festa junina.
Já Bolsonaro, mesmo fora do jogo por decisão judicial, insiste em ser o técnico do time. Mas o povo parece querer trocar até o técnico, o massagista e o gandula. A pesquisa mostra que o medo da volta de Bolsonaro (45%) é quase igual ao medo da permanência de Lula (40%).
E O ELEITOR? BEM, O ELEITOR...
Está ali, no canto da tela, segurando um cartaz invisível: "QUERO NOVIDADE, NÃO REBOTE!". O brasileiro virou um Tinder da política: dá swipe left em Lula ("já deu"), swipe right em Bolsonaro ("não deu certo"), e agora procura um match com bio "não sou os mesmos de sempre". Afinal, em 2002 e 2018, o grito por mudança foi muito forte. Mas daí os governos entregaram... traíram como sanduíche de pastel que vem com só uma azeitona.
No atual cenário, o que cresce é o desejo por algo novo. Não novo de nome, mas novo de verdade. Foi assim em 2002 com Lula, o operário que virou presidente. Foi assim em 2018 com Bolsonaro, o “antissistema” que virou sistema. Agora, o povo quer um novo “novo”. E esse “novo” pode vir de onde menos se espera. É como se o eleitor dissesse: “Não sei quem é, mas se não for os dois de sempre, já tá valendo!”
A verdade é que o Brasil vive um momento de descrença generalizada. A política virou um jogo de empurra, e o povo, que já foi protagonista, hoje se sente figurante de novela ruim. A sensação é de que o país está sem piloto, sem rumo e com o tanque na reserva.
O DESERTO DOS FARAÓS (SEM MOISÉS À VISTA)
Enquanto isso, a classe política afunda no ranking de confiança — abaixo até de motorista de Uber que diz "conheço um atalho". É queda livre de paraquedas furado! E no meio do caos, surge a única certeza: 2026 será a terra do "NOVO". Seja um Zé da Silva com plano de governo ou uma Maria da Paz com discurso antiviralatismo, o Brasil anseia por um Salvador da Pátria que não seja velho conhecido da Lava Jato nem do gabinete do ódio.
E AGORA?
A eleição promete ser um "Diretas Já 2.0" — mas sem cartazes amarelados e com direito a trend viral no TikTok. Se aparecer uma liderança fresca, capaz de surfar na onda de revolta que varre de favela a condomínio fechado, preparem-se: será o maior terremoto político desde o evento da Constituinte. Até lá, o eleitor médio faz seu protesto silencioso: vê o noticiário político com a mesma empolgação de quem assiste secar tinta.
#FICAADICA: Se a política fosse futebol, hoje estaríamos todos torcendo para o VAR. — Aguardemos 2026. Ou corramos para as colinas.
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