APÓS A CASSAÇÃO HISTÓRICA: Do quadro negro ao plenário: Professor Pacífico quer levar diálogo e projetos sociais à Câmara

  (por Professor Guerra, coincidentemente nome antônimo do atual vereador)

O educador e palestrante José Carlos Pacífico, conhecido em Maringá como Professor Pacífico, está prestes a ocupar a vaga deixada por Cris Lauer na Câmara Municipal, após a cassação da vereadora mais votada das últimas eleições. Primeiro suplente do partido NOVO, ele promete levar ao Legislativo a bagagem de mais de três décadas dedicadas à sala de aula, à gestão pública e a projetos sociais.

Sua posse insere no cenário político local um perfil marcado pelo compromisso com a educação e o voluntariado. Aos 61 anos, natural de Ourizona, Pacífico é fundador do Hortévida, iniciativa que incentiva hortas comunitárias e alimentação saudável em Maringá e região. Também acumula experiência dentro da própria Casa, onde atuou como chefe de gabinete do então vereador Homero Marchese, líder de votos em seu mandato.

Professor de matemática no ensino médio e superior, especialista em gestão financeira e pública, e ainda especialista por vocação em fertilização de solo e cultivo de plantas, Pacífico construiu uma trajetória de serviço e resiliência. Viveu perdas familiares profundas — envolvendo irmão, pais e esposa em momentos distintos —, experiências que, segundo ele, moldaram sua visão de mundo e fortaleceram sua atuação como cristão discreto na Paróquia São Miguel Arcanjo e participante ativo do Movimento Familiar Cristão.

Apadrinhado politicamente por Homero Marchese, conquistou 1.600 votos em sua primeira candidatura a vereador. Agora, retorna ao Legislativo como um dos 23 representantes da população maringaense, com a missão declarada de fiscalizar, dialogar e transformar ideias em ações concretas.

Para conhecê-lo melhor, submetemos um questionário ao novo parlamentar dividido em cinco blocos, ó:

BLOCO 1 — TRANSIÇÃO E CONTEXTO DA POSSE

1. Quem é José Carlos Pacífico além do “Professor Pacífico” que a comunidade conhece? 

Sou uma pessoa bem-humorada, criativa e observadora. Gosto de analisar as situações por diferentes ângulos, valorizo a maturidade que a vida e os estudos me proporcionaram e mantenho sempre o desejo de melhorar — não apenas a minha própria vida, mas também a de quem está ao meu redor. E confesso: estudar é uma das minhas maiores paixões.

2. Como recebeu a notícia de que assumiria a vaga devido à cassação de Cris Lauer? 

Desde que fiquei como primeiro suplente, mantive a esperança de chegar à Câmara. Ninguém entra numa campanha para ser apenas espectador. Claro que eu preferiria que não fosse dessa forma, mas me sinto preparado para representar aqueles que confiaram o voto em mim.

3. Como especialista em gestão financeira e pública, que aprendizados pretende aplicar no mandato? 

Estudar é importante, mas aplicar o conhecimento à realidade é essencial. Quero usar minha experiência para fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos, especialmente no processo de licitações, que é a porta de entrada para garantir que o dinheiro dos tributos seja bem utilizado.

4. Vai dar continuidade a projetos da vereadora anterior ou seguirá apenas sua própria pauta? 

Tenho meus próprios projetos e pretendo levá-los adiante. Mas, ao assumir nessa circunstância, é meu dever analisar o que já está em andamento e manter aquilo que for relevante para a cidade.

BLOCO 2 — ATUAÇÃO E PRIORIDADES

1. Quais serão as três principais prioridades do mandato?

Saúde, segurança e educação. A ordem pode variar conforme as demandas da população, mas essas três áreas são a base de tudo.

2. Como pretende lidar com projetos já em andamento? 

Primeiro, quero entender o que a Câmara considera mais relevante neste momento. Vou avaliar cada projeto com apoio de especialistas, considerando impactos e riscos para a população, para então definir minha posição.

3. Como conciliar a bandeira da ética do NOVO com a realidade do legislativo municipal? 

Não é simples, porque exige habilidade para dialogar. Reconheço que existem interesses obscuros na política, mas também acredito que é possível transformar problemas em soluções. E, para isso, diálogo é a palavra-chave.

BLOCO 3 — RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

1. Como manterá um diálogo constante com a população?

A internet e as redes sociais facilitam muito, mas acredito no contato direto. Faço hortas, visito bairros, escolas, centros comunitários e unidades de saúde. Vou criar, dentro e fora da Câmara, espaços para ouvir críticas e sugestões.

2. Qual a importância dos projetos sociais como o Hortévida? 

Eles aproximam as pessoas das políticas públicas. O Hortévida promove saúde com hortas orgânicas, educação ao levar o cultivo às escolas e acolhimento social em casas de recuperação, ajudando dependentes químicos e pessoas em situação de rua.

3. Qual sua visão sobre mobilidade, saúde e geração de empregos? 

Na mobilidade, a população é a melhor fonte de ideias — quem enfrenta os problemas diariamente sabe onde agir. Na saúde, prevenção e boa alimentação são fundamentais, mas é preciso melhorar o atendimento. Na geração de empregos, o caminho é desburocratizar para atrair novos investimentos.

BLOCO 4 — RELAÇÃO COM O PARTIDO E O GOVERNO

1. Como será a relação com o prefeito Silvio Barros (PP) e a base governista? 

Quero construir a melhor relação possível. Prefiro entender o problema antes de criticar e, se possível, apresentar soluções. De novo: diálogo é essencial.

2. Como engajar a população nas decisões da Câmara? 

Na campanha, as pessoas que compartilham nossas ideias caminham ao nosso lado. No mandato, o segredo é manter essa aproximação, analisando cada proposta com responsabilidade técnica, legal e financeira.

3. Qual mensagem deixa aos eleitores de Cris Lauer e à população em geral? 

Um vereador representa toda a cidade, e não apenas um bairro ou grupo político. Meu gabinete estará sempre aberto e eu estarei nas ruas, ouvindo e trabalhando.

BLOCO 5 — VISÃO DE FUTURO

1. Onde espera ver Maringá ao final do mandato?

Quero uma cidade que simplifique a vida do cidadão, com uma população saudável de corpo, mente e espírito. E que, diante dos desafios, encontremos juntos — eu e os demais vereadores — os melhores caminhos.

2. Que legado deseja deixar? 

Quero que as pessoas acreditem na boa política, que vejam saúde e segurança como prioridade e que a educação de qualidade seja a base para o futuro das famílias maringaenses.

(Nelson Guerra é comunicador e consultor em Gestão Pública; estuda economia, política e consome o famoso dogão maringaense)