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A igreja como espaço de refúgio e sua nova função social


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Historicamente, as igrejas sempre desempenharam um papel crucial no acolhimento de imigrantes, servindo como espaços de refúgio espiritual, emocional e até mesmo físico. Nos Estados Unidos, muitas congregações foram ativamente envolvidas na proteção de indocumentados, criando redes de apoio para garantir que esses imigrantes tivessem um local seguro onde pudessem buscar amparo e orientação. No entanto, com as novas políticas migratórias e o medo crescente da deportação, esse papel tem sido colocado em xeque.


As igrejas estão protegendo ou abandonando seus fiéis indocumentados?


Com o endurecimento das políticas migratórias, muitas igrejas enfrentam um dilema: continuar oferecendo abrigo e apoio aos indocumentados ou evitar envolvimento direto para não sofrer retaliações legais e políticas.


  • Medo e retração: Algumas igrejas que antes eram ativas na defesa de imigrantes agora estão hesitantes devido ao receio de represálias governamentais. Isso inclui a possibilidade de perder isenções fiscais ou enfrentar investigações federais.

  • Continuidade da assistência: Outras igrejas continuam oferecendo apoio, mas de maneira mais discreta, sem publicidade, para evitar chamar atenção das autoridades.

  • Divisão dentro das próprias congregações: Alguns fiéis legalizados ou cidadãos americanos defendem que a igreja deve “obedecer às leis do país" e não ajudar indocumentados, enquanto outros acreditam que a igreja deve seguir o mandamento bíblico de acolher o estrangeiro.


A realidade é que muitas igrejas evangélicas se encontram em uma posição delicada, equilibrando-se entre a missão cristã de acolhimento e as pressões legais e sociais.


Como outras religiões lidam com o problema?


Comparar a abordagem das igrejas evangélicas com outras comunidades religiosas nos Estados Unidos pode oferecer insights sobre as diferentes formas de apoio aos imigrantes.


  • Igreja Católica: Historicamente, a Igreja Católica tem desempenhado um papel ativo na proteção dos imigrantes. Muitas dioceses apoiam abertamente indocumentados, fornecendo serviços legais, apoio financeiro e abrigo. O Papa Francisco tem reiterado a importância de acolher refugiados e imigrantes, incentivando igrejas católicas a se engajarem ativamente na causa.

  • Comunidades Judaicas: Sinagogas em diversas partes dos EUA têm se organizado para oferecer abrigo temporário e suporte legal a imigrantes. Movimentos como o "Sanctuary Movement" têm sólida participação judaica.

  • Mesquitas Muçulmanas: Comunidades muçulmanas nos EUA também têm oferecido ajuda a imigrantes, muitas vezes em parceria com organizações de direitos humanos e ONGs de assistência.


Diante dessas iniciativas, a pergunta que surge é: as igrejas evangélicas estão fazendo o suficiente? Enquanto algumas igrejas têm assumido um papel ativo, outras estão cada vez mais se afastando desse compromisso, temendo retaliações ou priorizando alianças políticas.


O futuro: as igrejas como centros de apoio e mobilização?


Se as igrejas evangélicas desejam manter sua relevância na comunidade imigrante, precisam reconsiderar seu papel e buscar formas de atuar de maneira mais ativa na proteção e assistência a indocumentados.


  • Criação de redes de apoio legal: Algumas igrejas já oferecem serviços de assessoria jurídica para imigrantes, mas essa prática ainda não é comum. A expansão desse tipo de assistência poderia fortalecer a segurança da comunidade.

  • Espaços de refúgio: Apesar das ameaças, algumas igrejas têm se tornado "santuários" para imigrantes em risco de deportação. O desafio é ampliar esse apoio sem colocar a igreja sob ameaça legal.

  • Engajamento político consciente: As igrejas poderiam desempenhar um papel mais ativo na defesa dos direitos dos imigrantes, sem comprometer sua identidade cristã. Isso pode incluir o incentivo ao voto consciente, a promoção de debates e o apoio à legislação que beneficie os imigrantes.


Se as igrejas deixarem de oferecer apoio aos indocumentados, correm o risco de perder sua função histórica de acolhimento e inclusão. O futuro da igreja como espaço de refúgio dependerá de sua capacidade de equilibrar as demandas políticas e legais com sua missão evangelística e social.


As igrejas evangélicas nos EUA estão diante de um momento decisivo. Enquanto algumas continuam oferecendo suporte aos imigrantes indocumentados, outras estão cada vez mais hesitantes devido a pressões externas e internas. A comparação com outras tradições religiosas mostra que é possível manter um compromisso firme com o acolhimento, mesmo diante das dificuldades.


Se as igrejas quiserem continuar sendo espaços de refúgio, precisarão redescobrir seu papel histórico de acolhimento e resistência, garantindo que sua missão não seja definida pelo medo ou pelas alianças políticas, mas pela prática do amor ao próximo. O desafio agora é decidir se a igreja será apenas um espaço de culto ou se continuará sendo uma casa aberta para os necessitados, como ensina o Evangelho.



Pr. Gedeon Lidório

Instagram: @gedeonlidorio

 

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