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Trocadilhos

Os memes viraram uma febre nas redes sociais. Uma  imagem, um vídeo ou um áudio, que caricaturiza situações, provocando risos, são memes. Trocadilhos também cumprem esses objetivos. Ambos geram humor, mas com linguagens diferentes.


Será  que meme é piada de jovem e trocadilho é piada de tiozinho? Não importa. O que interessa é que o humor atravessa essas linguagens e que elas podem ser usadas para tratar, com leveza, de temas que dizem respeito a todos. Esse tipo humor, ao mesmo tempo, é criativo e transgressor.

 

Tenho muitos amigos viciados em fazer trocadilhos. Nem todos são velhos ou do tipo que repetem nas festas familiares o famoso e irritante "pavê ou pacomê". Eles usam e abusam da cultura para elaborar trocadilhos e adoram dizer que o vício é incurável.

 

Tempos atrás, resolvi desencadear uma campanha contra o trocadilho. Elaborei um folder, no estilo dos que são produzidos pelos órgãos governamentais para campanhas de saúde pública. Distribuí o material entre conhecidos e também postei na internet. O folder fez muito sucesso. A campanha foi denominada Diga não à Trocadilhagem, nome que dei à doença que leva as pessoas a ficarem viciadas em fazer trocadilhos. 



No folder, expliquei que o Trocadylhius Infamys é o nome do vírus que transmite essa doença, que pode ser definida como um distúrbio neurológico que afeta áreas do cérebro responsáveis pela produção de sensações de prazer, de conexão entre conceitos abstratos e pela produção da linguagem criativa e de jogos de palavras parecidas no som, mas diferentes no significado, dando margem a possíveis equívocos de interpretação. Ou seja, os trocadilhos resultam sempre da semelhança entre dois enunciados cuja "conjunção, comparação ou subentendido" criam um efeito inesperado, intencional ou não.

 

Divulguei, no folder, duas descobertas importantes: a Trocadilhagem está diretamente relacionada às conexões exageradas entre os neurônios e ao excesso de produção de serotonina e dopamina; os indivíduos contaminados possuem conhecimentos abrangentes e os usam para fundir dois ou mais significados, recriar sentidos, causar surpresa e riso.

 

O vírus, extremamente contagioso, se instala na região frontal do lado direito do cérebro, área responsável pela personalidade. Alguns indivíduos são contaminados com mais facilidade. A genética, a frequência a ambientes de lazer (principalmente bares), o diálogo, a leitura e a boa qualidade de vida são fatores de risco. Pode contagiar jovens e velhos e não distingue gênero. As sequelas do contágio são permanentes. Cerca de 50% dos contaminados podem desenvolver a forma mais grave da doença, identificada quando ninguém ri dos seus trocadilhos.

 

Como é transmitido o vírus Trocadylhius Infamys?

 

Lugares com aglomeração de pessoas facilita o contágio. A transmissão desse vírus pode se dar pela forma oral ou escrita, mas parece que a forma oral é a mais grave. Em Maringá foram identificados vários indivíduos que podem ter sido os primeiros contaminados e, com certeza, os que desenvolveram as formas mais graves da doença. Não os nominanos para preservar a doença, nunca o doente. Alertamos para o risco do vírus se espalhar rapidamente.

 

Quais são os sintomas da TROCADILHAGEM?

 

O indivíduo contaminado pelo Trocadylhius Infamys  tem sintomas muito semelhantes aos que surgem com a contaminação pelo vírus Piadalys. Sintomas:  emprego de jogos de palavras; farra na linguagem; alto grau cognitivo; bom humor; jocosidade; euforia; falastrionice; olhos dilatados; cabeça leve; riso; ausência de preocupações ou tensões; dificuldade para controlar a vontade de fazer trocadilhos; rubor nas faces (pode desaparecer com a evolução do vício).

 

Um sintoma constrangedor da contaminação pelo vírus Trocadylhius Infamys  é a dificuldade do controle da flatulência. 50% dos contaminados desenvolvem movimentos involuntários do intestino.

 

 Outro sintoma que afeta boa parte dos contaminados é a dificuldade de lidar com aqueles que não entendem seus trocadilhos. Nessas situações, o sujeito sente forte frustração. Em geral, a Trocadilhagem manifesta-se em indivíduos com carência de laços sociais.

 

Alerta:

A doença não tem cura, apenas controle dos sintomas. 

 

Trocadilhômetro

 

A dra. Ivanovna Veraldisky, presidente das Nações Unidas para refrear a Trocadilhagem (NURETRO) e do Observatório do Trocadilho, desenvolveu um aparelho digital, denominado Trocadilhômetro, capaz de medir a intensidade da prática da emissão de trocadilhos, estabelecendo diferenças de potencial. O aparelho é digital e detecta até pequenos trocadilhos, aparentemente inocentes, por meio de um ponteiro cuja deflexão é proporcional à intensidade dos enunciados.

 

O Trocadilhômetro digital está à venda e o lucro será revertido para a conta que a pesquisadora possui em um paraíso fiscal. Após a aquisição do aparelho, os indivíduos que ainda não tiveram o prazer do contágio poderão utilizá-lo para identificar pessoas que desenvolveram a forma mais grave da doença e, com esse procedimento, rapidamente poderão absorver o vírus e combater o isolamento social.

 

A TROCADILHAGEM NÃO PODE SER MAIOR DO QUE UMA NAÇÃO!

 

PATROCÍNIO:

 

PAVEOPACOME

Patrocadilhistas Observadores Paranoicos do Consumo de Memes 

 

OBSERVATÓRIO DO TROCADILHO

 

SOCOMTRA

Sociedade Brasileira de Combate à Trocadilhagem

 

NURETRO

Nações Unidas para refrear a Trocadilhagem

 

FILTRO

Festival Internacional Literário do Trocadilho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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