Pioneira na educação 100% digital, a Suécia viu nota de estudantes despencar e atribui mau desempenho ao uso excessivo de tecnologias.
Desde 2023 o governo da Suécia tem se preocupado com a queda acentuada no desempenho dos alunos em relação à interpretação de texto.
A má classificação dos suecos no Estudo Internacional de Progresso (PIRLS) – exame que avalia o nível de leitura – fez com que o Ministério da Educação suspendesse o programa educacional 100% digital implantado de forma pioneira no país em 2009.
Pela primeira vez, alunos suecos estão utilizando livros impressos em sala de aula, revertendo o processo de digitalização total que, ao longo dos últimos 15 anos, trocou livros e cadernos por computadores, tablets, aplicativos e outros dispositivos tecnológicos.
Segundo a ministra da Educação, Lotta Edholm, se os livros não fossem reintroduzidos à rotina escolar, o país estaria “em risco de criar uma geração de analfabetos funcionais”.
Além do resultado do PIRLS, a Suécia se baseia em evidências científicas que apontam a digitalização como causa do mau desempenho dos alunos.
Edholm afirmou que “todas as pesquisas sobre o cérebro das crianças mostram que o ensino baseado em telas não é benéfico.”
Em nota, o Ministério da Educação reconheceu a crise de interpretação de texto nas escolas e afirmou que livros têm “vantagens que nenhum tablet pode substituir”.
Em razão disso, o governo prevê investir, até 2025, cerca de 150 milhões de euros – mais de R$ 808 milhões – em um programa de reintrodução de livros impressos e a redução do uso de telas para recuperar a habilidade de interpretação de texto dos alunos.