Parlamentares de São Paulo entraram com um pedido de investigação na Promotoria de Educação do Ministério Público de São Paulo para apurar o uso do ChatGPT para a produção de material didático para alunos do ensino público paulista.
A notícia de fato (que busca dar publicidade à ação) é assinada pela deputada federal Sâmia Bomfim (SP), a deputada estadual Monica Seixas e a vereadora Luana Alves. Na peça, citam que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) enviou um documento a professores contendo orientações para a produção do material do 3º bimestre de 2024.
O ChatGPT seria utilizado para elaborar a “primeira versão da aula com base nos temas pré-definidos e referências concedidas pela secretaria”, de modo que os professores seriam “responsáveis por editar o material e encaminhar para uma equipe interna da secretaria, que fará a revisão final de aspectos linguísticos e formatação”.
Os docentes irão revisar todo o material produzido pela tecnologia de Inteligência Artificial. Mas especialistas alertam que não existe regulamentação do uso da ferramenta em território brasileiro.
Os parlamentares paulistas alertam que o ChatGPT é um modelo de linguagem treinado com base em grandes volumes de dados (isto é, grandes conjuntos de dados textuais da internet), que “acaba por refletir e amplificar preconceitos existentes nas redes – tal qual fake news, conteúdos que negam o Holocausto, relativizam o racismo contra pessoas negras e migrantes, e pregam a violência contra minorias”.
Usar o chat GPT para criar materiais didáticos ao invés da experiência e sabedoria dos Professores especialistas é um perigo, pois além de ser um "criador" de conteúdos que resume tudo o que há na internet, o chat GPT não tem garantias de expor apenas as verdades ou teorias científicas consolidadas. O risco de disseminar falsas informações ou informações contraditórias, mesmo com revisões de outros setores, é esvaziar e automatizar a apropriação, produção e reprodução dos saberes.
Educação é investimento social de alta importância e não pode ser mecanizada, ainda mais sem garantias de qualidade.
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