O BRICS já tem moeda única e “oficial”?
O embaixador russo na África do Sul, Ilya Rogachev, apresentou uma nota simbólica de $100 BRICS ao embaixador dos Emirados Árabes Unidos, Mahsh Saeed al-Hameli.
Já a tv estatal do Irã apresentou a cédula como “oficial”, bem como alguns veículos de notícia do país, e da Rússia também.
O acontecimento foi durante a festa da embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Pretória (África do Sul), realizada na noite do dia primeiro de setembro para comemorar a aceitação da adesão do país ao grupo.
Vale destacar que a moeda única dos BRICS provavelmente não será algo impresso, já que o grupo utilizará apenas para comércios internacionais. No entanto, vários canais enxergam o BRICS como nova moeda global diante da grandeza e importância do bloco.
A repercussão cresceu tanto que a embaixada russa emitiu um comunicado para desmentir as notícias.
“Em 1º de setembro de 2023, foi realizado um jantar em Pretória (a segunda capital da África do Sul) organizado pela embaixada dos Emirados Árabes Unidos por ocasião da aceitação de novos membros do grupo BRICS”.
A cédula BRICS, que foi impresso pela Kirzhach Printing House (uma gráfica na cidade de Vladimir, Rússia) às vésperas da décima quinta cúpula do BRICS em Joanesburgo.
A emissão da cédula comemorativa do BRICS é uma iniciativa exclusivamente privada e não reflete as decisões do grupo.”
Portanto, de um lado da nota estão representadas as bandeiras dos cinco países do grupo. Além disso, os símbolos dos países que deveriam se juntar ao bloco aparecem do outro lado.
Apesar de uma cédula comemorativa ter "vazado" em evento de comemoração de novos membros dos BRICS, a nova moeda global não é surpresa.
O bloco foi teorizado em 2001 como grupo de países com alto potencial de crescimento econômico para investimentos financeiros, nos EUA. Assim, os países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tornaram a ideia uma realidade entre os países emergentes em 2009.
Com 46% da população mundial, amplo mercado consumidor, parque industrial diversificado, e inúmeras commodities agrícolas, minerais e serviços múltiplos que somam 36% do PIB global, o novo bloco se posiciona como novo protagonista com independência do ocidente.
É o que se denomina Sul Global: Países subdesenvolvidos e emergentes com alto potencial de desenvolvimento econômico, industrial e social. Efetivamente a nova fronteira do comércio global.
Com 46% da população e 36% do PIB global, já é contraponto ao Ocidente que impõe modelos culturais e econômicos desde o século XVI. No mínimo a novíssima ordem mundial é Plural, multipolar.
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