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As alavancas da eleição municipal.

Por: Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Em pleno desenvolvimento das campanhas municipais deste ano, as coordenações discutem estratégias e procuram mensurar, via pesquisa, o impacto das variáveis nacionais, regionais e as demandas locais que produzem efeitos mais consistentes no coração do eleitorado. Vamos conversar sobre isto.



Historicamente, se observa a prevalência absoluta dos fatores locais, mais próximos e influentes no eleitor da cidade, todavia, esta será, de fato, a primeira eleição com o fórum de debates definitivamente deslocado, em primazia, para as redes sociais.


Relembro que em 2020, em plena pandemia, tivemos uma eleição atípica com o contato entre candidato e eleitor restrito pelas regras de reclusão e as redes sociais tomada pelo debate ideológico, centrada nas questões da pandemia e vacina. O debate continua contaminado, mas agora há espaço, e talvez maturidade, para deslocar o eixo das discussões para a cena local.


A primeira questão versa sobre a influência dos fatores nacionais nas eleições municipais, no entanto a resposta não é única porque 2022 pintou o Brasil em cores diversas, de acordo com a região. Especificamente no Noroeste do Paraná, PT e Lula seguem sendo companhia indesejável porque suas rejeições são muito superiores aos índices de aprovação, embora seja fato que estes números sofrem um processo lento e consistente de aproximação. Ainda que as principais lideranças regionais, Enio Verri e Zeca Dirceu sejam muito eficientes e ótimos parceiros dos municípios, continuam sendo paparicados nos gabinetes e sem maiores exposições, fato explicado pelo medo de “contaminação”.


Zeca Dirceu é o principal caminho, atualmente, entre prefeitos e governo federal, operando com muita eficiência e garantindo muitos benefícios para as mais diversas regiões. Enio Verri, com inteligência, transformou Itaipu em um excelente parceiro dos municípios garantindo recursos para quase todos os municípios do Paraná, em ação inédita e bem-sucedida. Ainda assim, as chapas municipais não querem a parceria petista explícita e, por isso, o próprio PT vai priorizar as eleições proporcionais, visando eleger o maior número possível de vereadores, inclusive preparando quadros para as próximas eleições. Em resumo, ainda que precisem, recebam ajuda e até demonstrem gratidão, candidatos que vestirão vermelho em 2024 serão raros por medo da rejeição.


Bolsonaro segue sendo uma grande incógnita. Ninguém discute seu prestígio na nossa região, mais que líder, para muitos é um mito, porém está sob intenso ataque, nitidamente sofre uma acomodação dos números e, cada vez mais, seguirá dividindo opiniões. Acredito que será um risco desnecessário se manter muito próximo de Bolsonaro na campanha, todavia o receituário conservador, e todas as variantes da pauta de costumes aplicadas ao município, tendem a ter bom apelo eleitoral. Lula e Bolsonaro tem índices cada vez mais próximos, mas a direita segue muito à frente da esquerda na nossa região e isto pode direcionar ações políticas.


Ratinho, que todos reconhecem como dono da chave do cofre mais próximo, com capacidade mais efetiva de marcar presença nos municípios é um trunfo maior nestas eleições. Sua participação será ditada pelo seu projeto nacional que o fará, em muitos municípios, ter presença apenas protocolar, para limitar danos para 2026, devendo interferir apenas em confrontos diretos contra a esquerda, onde isto se desenhar, ou se resguardando para uma aposta menos arriscada nos segundos turnos. Lembre-se que o presidente nacional do PSD já declarou apoio à reeleição de Lula, logo o projeto nacional de Ratinho poderá ser longe do 55 e isto já o tornará maleável para siglas próximas e acessíveis, abrindo o leque de composição nos grandes centros.


Todos estes fatores, cada qual com seu peso, tem importância na disputa, mas é certo que bandeiras adequadas tremuladas por mãos convincentes, podem ser muito mais efetivas para transformar ações em votos e, também fruto de observação histórica, saúde, educação, segurança e emprego devem render os principais argumentos.


Sempre é bom buscar boas companhias que respaldem a candidatura, fotos ao lado de gente importante é também um bom apelo, mas, como sempre, o prestígio local, equipe do candidato, empatia e credibilidade para convencer o eleitor da capacidade de transformar promessas em fatos, continua sendo o atalho dos candidatos para a desejada cadeira principal dos paços municipais.  


A campanha nem chegou às ruas, mas, desde já, uma convicção; prepare-se para o maior festival de baixarias, via fakes e IA, da história das eleições municipais.


Sem reeleição e com voto distrital seria mais leve, porém isto é assunto para outro dia.

 

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