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A simbiose entre Lula e Bolsonaro e a Torre de Babel moderna.

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e comunicador.


É justo definir a relação entre Lula e Bolsonaro como um tipo de simbiose política, onde os dois indivíduos, de espécies ideológicas diversas, são claramente benéficos entre si. Todavia a intervenção de Trump, que pode consolidar o tarifaço no primeiro dia de agosto, teve claramente a intenção de ser de comensalismo, benéfica para Bolsonaro e neutra para Lula, no entanto se revelou parasitária, como se fizesse a vaca sugar o carrapato.

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Importante frisar que o principal derrotado neste episódio é o Brasil, inclusos produtores agrícolas, empresários e trabalhadores. Embora a pior atuação seja do deputado Eduardo Bolsonaro, com postura absurda e digna de cassação por lesa pátria, é justo dividir a culpa do tarifaço entre a esquerda, que abusou do direito de chutar a canela de Trump, e da direita que foi pedir ajuda do grandão da outra turma para enfrentar o adversário caseiro, embora, a julgar pelo histórico recente dos demais países, o intempestivo presidente americano não deixaria impune o vizinho atrevido do Sul.


Peço licença ao caro leitor para fugir do debate intrínseco aos fatores do tarifaço para registrar, mais uma vez, a mediocridade do debate entre os dois líderes que alimentam o ego e colocam suas prioridades acima do interesse público. Lamento constatar que Lula comemora o tarifaço por lhe propiciar um bom discurso e lhe livrar das pautas cruéis, escândalo do INSS e déficit fiscal brasileiro, enquanto a família Bolsonaro consegue até mesmo sacrificar os aliados do agronegócio porque a prioridade absoluta é evitar a prisão de Jair. Seus umbigos acima de tudo!


Perdemos tempo que poderia ser utilizado para discussões relevantes que permitiriam ao brasileiro comum definir qual o melhor caminho para a Nação. São muitos temas que deveriam gerar uma intensa pauta ideológica, mostrando que o voto deve ser comandado pelo cérebro e não pelo fígado.


No terreno econômico, entender exatamente o conflito ente liberalismo econômico e intervenção ou mesmo os desafios de conciliar a necessidade de um país minimamente justo, o crescimento e o equilíbrio fiscal. Sem alinhamento automático, perceber que a grande questão é o ajuste fino para cada uma destas variáveis fundamentais para orientar cada decisão governamental.


Estender o debate sobre o meio ambiente, para além das paixões irracionais, buscando o ponto ótimo entre as exigências do desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, de forma a conciliar a indispensável proteção ambiental com os projetos de desenvolvimento.


Percorrer com responsabilidade as questões de segurança pública que contrapõe a ênfase na ordem com eventuais violações dos direitos humanos, considerando a abordagem da defesa dos direitos com a implementação de política públicas que devolvam a tranquilidade exigida pela população.


Temas como liberdade individual, liberdade de expressão à luz dos novos instrumentos digitais, exigem uma leitura sem demagogia, mas com a sensatez que estes temas exigem das nossas lideranças, sem apego excessivo aos lugares comuns da régua ideológica. Todavia, o momento atual torna ainda mais improvável que a pauta nacional admita ou abra espaço para pautas consequentes.


Seguiremos assistindo ao debate insano e inconsequente das tribos políticas que se concedem o direito de apostar na radicalização, tampouco admitindo que qualquer cidadão procure uma posição intermediária. É quase uma exigência absurda que todos escolham o seu lado, o “isentão” se transforma no grande vilão porque os convertidos se outorgam o direito de colocar a faca no pescoço daqueles que ainda conseguem enxergar as limitações de ambos os lados.


Não há espaço para o consenso porque, de armas na mão, as facções exigem o sangue dos adversários vertendo na corrida eleitoral, animados, cada um a seu modo, pelo combustível presenteado por Trump a cada grupo político.


As sobretaxas que Trump impõe já em primeiro de agosto, vai punir milhares de brasileiros e americanos, serão muitos os prejudicados em ambas as nações e, lamento concluir, que a irresponsabilidade do líder americano e dos tupiniquins atende pelo mesmo nome; oportunismo político acima de tudo.


A Aldeia Global vai se desfazendo aos poucos, cercas são reconstruídas e arsenais sendo refeitos para a terceira grande batalha. O planeta pede socorro e os países reconstroem a torre de Babel, onde todos falam e ninguém se entende.

 


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