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Um bom defensor público ou apenas uma marionete. A escolha é sua pelo mesmo preço.

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Todas as atenções se concentram na disputa majoritária, fruto da nossa limitada cultura política que prioriza salvador da pátria, mas não busca soluções.



Felizmente, até em municípios menores, as opções são, atualmente, bem razoáveis e, na maioria dos municípios, existe mais de um candidato capaz de exercer um bom mandato, todavia é sempre melhor prevenir para evitar quatro anos de sofrimento.


Como fazer isto? Elegendo um bom vereador.

Repito como um mantra; bons gestores fazem excelentes gestões, auxiliados por Câmaras de bom nível e vereadores eficientes podem proteger a cidade de gestores fracos.


A questão é que existem vários perfis disponíveis para atuação no legislativo e o julgamento é individual, não se pode afirmar que exista um receituário único que contemple a descrição de um bom vereador. Apenas uma questão é inegociável; independência!


Simplesmente não existe bom vereador que não preserve sua liberdade, seja ele da situação ou da oposição. Quando vota sistematicamente a favor ou contra, perde a capacidade de análise e se torna apenas um peso morto, um custo inútil para o cidadão. Infelizmente, basta consultar os históricos, este é o tipo mais comum de vereador. Todavia, exceto pela independência, o cardápio é extenso para garantir uma boa atuação no legislativo.


Pode-se optar por priorizar a função básica; legislar. Sempre haverá inúmeras possibilidades de se criar leis que otimizem o exercício da cidadania, proporcione facilidades ao cidadão ou que proteja a sociedade de eventuais dificuldades decorrentes da ação pública. Registro que a capacidade do município de preservar sua saúde financeira está atrelada à capacidade de oferecer apenas as respostas possíveis aos problemas do município e esta questão exige um acompanhamento atento do vereador, criando obstáculos legais para a tendência recorrente do chefe do executivo de colecionar placas de obra e transferir responsabilidades financeiras para o sucessor.


O vereador tem a opção de fazer um bom mandato assumindo a defesa intransigente de sua classe profissional ou seu território geográfico. São importantes porque se tornam parceiros preferenciais da região ou dos colegas de profissão. Precisam ter um bom nível de diálogo com suas bases para que ter sempre respaldo em suas posições. Enfrentarão dilemas complexos quando sua posição política, a favor ou contra a administração entrar em choque com sua atenção prioritária e serão estas questões que mais impactarão o seu julgamento pelas bases.


Todos sabem das profundas carências de nossos municípios e da população em geral, fatores que se somam às naturais dificuldades de acesso aos canais de decisão no município. Uma lâmpada queimada, um buraco no asfalto, uma consulta de especialista, uma vaga na creche são demandas importantíssimas para o cidadão comum e, muitas vezes, carecem apenas de uma boa intermediação do vereador com a pessoa certa. Este desenho se traduz em uma outra esfera de atuação do vereador; o assistencialismo. Lógico que este espaço decorre da ineficiência do poder público que não deveria existir, mas é inquestionável, tornando legítima a atuação do vereador nesta área.


Por fim, a função fiscal é primordial para o bom andamento das gestões públicas e, estejam certos, a voz do vereador atuante pode ser o principal inibidor dos excessos normalmente cometido pelas administrações públicas e, sem meias palavras, os famosos jeitinhos e acertos nos contratos e licitações, presentes em 100% das gestões, até nas bem-intencionadas, por conta de sua extensão e dificuldade de controle pleno, são limitados, jamais zerados, pela atuação firme de um vereador com cultura e independência para impedir as virgulas mau distribuídas nos editais e contratos que liberam sangrias de recursos públicos.


Não me compete estabelecer qual perfil é mais importante ou eficiente porque esta resposta precisa ser individual, em função da leitura e das necessidades de cada eleitor e esta reposta deve balizar sua escolha para oferecer uma procuração para que alguém seja a sua voz na Câmara.


Apenas estou seguro em afirmar que a escolha pessoal, do vizinho, parente, conhecido ou indicado pelos amigos, está longe de garantir uma boa Câmara se não estiver associado a capacidade de exercer a função segundo um dos modelos supramencionados ou pela combinação adequada entre eles.


Lembre-se que as Câmaras funcionam como berçário para os políticos; sem bons vereadores, raramente teremos bons deputados ou prefeitos. Julgo ser muito mais razoável estabelecer bons critérios para ampliar a possibilidade de se conquistar representações que nos orgulhem porque a postura de votar em qualquer um só tem nos trazido decepção e vergonha.


Olhe para sua cidade. Aposto que você consegue identificar vereadores que votaram sistematicamente a favor ou contra em todas as questões e ouso afirmar que, ainda que alguns deles sejam pessoas dignas, não merecem ocupar uma cadeira na Câmara, por não somarem nada no exercício da função.


Você entra sozinho na urna, o sigilo é garantido. Nada te obriga a votar no cachaceiro ou no esperto, que serão nulidades absolutas, apenas porque são parentes, vizinhos ou colegas de trabalho. Todavia, certamente sua cidade oferece uma boa quantidade de gente bem-intencionada e capaz de exercer um ótimo mandato e estes merecem a sua ajuda, o seu voto e mais meia dezena, que ajudem a melhorar o nível da política.


Se você prefere continuar assistindo os tiriricas, os nepotistas, os caras das rachadinhas te representando está muito fácil, segue o jogo.


Se você quer ética e decência, faça a tua parte no processo eleitoral. Reclamar depois é até charmoso, mas inócuo. A escolha é sua.

 

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