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Respeito à fé: uma reflexão sobre o escárnio de Jesus e seus limites

Estes dias atrás fui apresentado a um vídeo em que pessoas escarnecem de Jesus. Não posso dizer que fiquei chocado, porque há muito disso circulando que já se torna meio que “comum”. Podemos observar um aumento das representações de Jesus que deturpam sua figura histórica e religiosa, frequentemente utilizadas em contextos de escárnio e zombaria. Essa prática levanta uma questão: até que ponto a liberdade de expressão justifica o desrespeito à fé cristã?

 


É preciso lembrar que Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, reconhecido não apenas como um personagem histórico, mas também como o Filho de Deus e Salvador. Sua imagem tem sido reverenciada ao longo dos séculos e carrega um profundo significado espiritual e moral para bilhões de pessoas ao redor do mundo. A sacralidade de sua figura implica um respeito que, quando violado, gera forte reação por parte dos fiéis. O desrespeito a símbolos religiosos tem potencial para causar divisões e conflitos sociais, comprometendo a convivência harmoniosa.

 

O escárnio em torno da imagem de Jesus muitas vezes assume formas que alteram sua masculinidade e a transformam em um objeto sexualizado em contextos homoafetivos. Essas representações, promovidas em produções artísticas, culturais e midiáticas, geram polêmicas e são vistas por muitos como uma afronta às crenças cristãs.

 

Podemos nos perguntar: trata-se de uma crítica social ou de um simples deboche? Independentemente da intenção, o impacto sobre os fiéis é inegável, gerando um sentimento de desrespeito e perseguição religiosa.

 

Muitos podem argumentar que o desrespeito é de ambos os lados - eu concordo. Há muito desrespeito de cristão para com grupos diversos, seja por questões sexuais e de gênero ou mesmo questões religiosas e políticas.

 

Se eu quero o respeito, preciso respeitar - esse é um princípio válido para qualquer sociedade.

 

Para garantir uma convivência pacífica, é fundamental que haja respeito às crenças alheias. A liberdade de expressão é direito amplamente debatido, mas seu exercício deve levar em consideração os limites éticos e morais que evitam ofensas desnecessárias. O discurso de ódio, ainda que travestido de arte ou crítica social, não pode ser utilizado como justificativa para a ofensa deliberada a grupos religiosos (quaisquer que sejam eles). O respeito à fé cristã deve ser equiparado ao respeito que se exige por outras religiões e crenças, garantindo um equilíbrio entre expressão e responsabilidade.

 

Para não dizer que sou tendencioso, não vou argumentar biblicamente sobre esse assunto – vamos usar alguns argumentos fora da Bíblia, para pensarmos.

 

Filosofia

Immanuel Kant, em sua Ética Deontológica, afirma que os seres humanos devem ser tratados como fins em si mesmos, nunca como meios para fins alheios. Zombar da fé de alguém, especialmente de maneira deliberadamente ofensiva, trata o outro apenas como objeto de diversão ou crítica, desconsiderando sua dignidade. O respeito à fé alheia faz parte do princípio kantiano do Imperativo Categórico: agir sempre de forma que seu comportamento possa ser universalizado sem prejudicar os outros.

 

Sociologia

O conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu se aplica ao escárnio religioso: trata-se de uma forma de dominação cultural que desqualifica e inferioriza um grupo por meio da ridicularização. Isso reforça desigualdades sociais e marginaliza as crenças de determinados grupos, criando um sentimento de exclusão e desrespeito.

 

Antropologia

Geertz afirma que a religião é um sistema de significação que dá sentido à vida das pessoas. Quando um símbolo religioso é ridicularizado, não se trata apenas de um ataque à religião em si, mas a toda a construção de sentido que um grupo dá à sua existência.

 

Psicologia

A psicologia social demonstra que a ridicularização não gera reflexão, mas sim resistência e polarização. Estudos sobre viés de confirmação mostram que, quando um grupo é zombado, ele tende a se fechar ainda mais em suas crenças, tornando o diálogo impossível.

 

Portanto, podemos concluir que a zombaria da fé não apenas ultrapassa os limites éticos da liberdade de expressão, como também afeta a coesão social, desrespeita culturas e impacta negativamente a saúde mental das pessoas. A crítica à religião é válida quando feita de maneira respeitosa e argumentativa, mas a zombaria apenas reforça divisões e intolerância.

 

Se queremos uma sociedade onde todos sejam respeitados, precisamos começar pelo respeito mútuo às crenças e identidades.

 

 

Pr. Gedeon Lidório

Instagram: @gedeonlidorio

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