ONÇAS INOFENSIVAS?
- Tadeu França
- 12 de mai.
- 2 min de leitura
Existe uma versão romântica que se compraz em desconsiderar o lado carnívoro de onças, tigres e leões, tendo em vista a beleza dos animais. Entre a vida do ser humano e a da onça, por exemplo, torce pelo felino. Entre o caseiro Jorge Silveira, atacado e morto por uma onça pintada em Aquidauana e o animal, costuma-se apenas comentar que o caso já foi esclarecido. Ora, nos últimos cinco anos, ocorreram 516 óbitos produzidos por onças, principalmente as enormes pintadas, segundo o próprio Ministério da Saúde. As estatísticas apontam que somente no ano de 2023, os casos de vítimas fatais alcançaram o número de 123 ocorrências.

Se me perguntam se existe segurança absoluta quanto aos turistas que ousam desfilar pelas trilhas de nosso paranaense Parque Nacional do Iguaçu, mesmo em se tratando de onças não- famintas, a resposta é NÃO. De qualquer forma, é o cenário mais tranquilo do país quanto ao convívio harmonioso entre onças e humanos. Pessoalmente, quando lá estive, preferi conhecer a maior reserva florestal do Paraná, do alto de um pequeno trator.
Outro absurdo é alegar que o inesperado retorno de onças à nossa região noroeste nada mais é do que uma volta natural de viventes a uma área da espécie antes da colonização.
Em sã consciência, ninguém é a favor da matança pura e simples dos felinos selvagens, mas que se proclame bem alto a primazia absoluta da vida humana.
Até 1990, o recurso a dardos anestésicos para a captura de animais de grande porte ou ferozes eram raridade. Quantas vezes ocorriam situações em que a prática condenável de utilização de onças, leões ou tigres por circos desprovidos de segurança adequada, culminaram por fuga desses animais que, distanciados da rotina circense e progressivamente famintos, passavam a representar perigo à população, principalmente a da periferia, não atendiam ao comando dos domadores e não sobrava alternativa aos zelosos militares da polícia ambiental, também sob perigo, a não ser abatê-los a tiros de fuzil.
Sejamos realistas. Que busquemos alternativas de convivência relativamente aos animais ferozes que às vezes atacam até mesmo guias turísticos, mas que não abramos mão do imperativo de que, acima de tudo, deve prevalecer um
VIVA O HOMEM!
Tadeu França - Ex Deputado Constituinte
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