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O SENTIDO DA VIDA

Foto do escritor: Célio Juvenal CostaCélio Juvenal Costa

Qual seria o sentido da vida? Em que nossa vida deveria se apoiar? O que, de fato, nos faz sentirmos a vida?

 

Está aí algo que já foi perguntado zilhões de vezes e já foi respondido, mental ou verbalmente, outras zilhões de vezes, e já foi escrito, com certeza, pelo menos milhares de vezes. Mas, sempre é atual, pois quem pergunta o faz ou do seu estado de espírito que sempre é particular e atual, ou como uma questão filosófica ou religiosa. Então, seja qual for o motivador da pergunta, será que são as pequenas coisas ou as grandes tarefas que temos ou, ainda, as duas juntas que nos fazem dar sentido à vida?

 

Sem pretender repisar definições ou citar incontáveis exemplos, creio que o sentido está na busca da felicidade, mas naquela que está, por exemplo, na carta que Epicuro, um filósofo grego que viveu entre os séculos IV e III a.C., escreveu para seu discípulo Meneceu que, em síntese, é a felicidade que não depende do que nos é exterior, uma felicidade que está dentro de nós. Procurar a felicidade é viver com sentido. Afirma o filósofo, como alguns antes dele e muitos outros depois, que a verdadeira felicidade e, portanto, a mais difícil, é aquela que construímos como legitimamente nossa, independendo de coisas ou pessoas, pois se depositamos a causa de nossa felicidade nas coisas ou nas pessoas, se elas nos faltam por algum motivo, a felicidade vai junto.

 

A construção de tal felicidade coincide com a própria construção da individualidade e, portanto, não é algo que achamos na esquina ou que nos é inspirada de repente. A felicidade não é algo acabado, mas algo constantemente construído (e, especialmente, reconstruído tantas vezes...). Claro que coisas e, especialmente pessoas, nos trazem um sentido de felicidade, pois nos fazem melhores e nos tornam mais leves quando as temos por perto (tanto física como espiritualmente), e queremos sempre cultivar nossas boas e saudáveis relações, afinal, como já disse alguém que não me recordo mais quem é, nós somos nós e as nossas relações; no entanto, depositar quase que exclusivamente nossa felicidade no que nos é exterior é abrir mão de nossa individualidade e de nossa identidade, o que é, sob todos os aspectos, uma espécie de suicídio inconsciente...

 

Hoje em dia, com a dependência que criamos do chamado mundo virtual, especialmente das redes sociais, cada vez mais deposita-se o sentido da vida nas curtidas, likes, compartilhamentos, visualizações etc., pois nos fazem sentir mais importantes, nos fazem ter a sensação de sermos pessoas mais queridas. No entanto, o contrário também é verdadeiro: a falta dessas coisas traz tristeza, angústia, solidão... A busca, quase frenética, pela aprovação dos outros não é, para muitos, o sentido da vida? E, se pensarmos em Epicuro, caso ele vivesse entre nós, ele certamente nos diria que esse não é o caminho para a felicidade.

 

Este é o grande desafio e, também, o profundo problema!!

 

E aí volto a me perguntar: qual é mesmo o sentido da vida??

  

Obs: Esta é uma versão revisada e atualizada de um texto originalmente publicado no blog: devaneioseoutrasreflexões.blogspot.com.

 

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Nota do editor: os textos, fotos, vídeos, tabelas e outros materiais iconográficos publicados nos espaços “colunas” não refletem necessariamente o pensamento do bisbilhoteiro.com.br, sendo de total responsabilidade do(s) autor(es) as informações, juízos de valor e conceitos divulgados.