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Mulheres à esquerda e homens à direita

Foto do escritor: Ivana VeraldoIvana Veraldo

Existe um abismo ideológico de gênero entre os jovens!

 

O jornal Financial Times divulgou em janeiro/2024 os resultados de uma pesquisa internacional sobre o perfil político da Geração  Z, pessoas nascidas de 1995 a 2010. 



Os dados revelaram que nos últimos seis anos cresceu significativamente a divisão ideológica entre esses jovens em todo o mundo. Tradicionalmente, homens e mulheres da mesma geração compartilham experiências políticas formativas, alinhando-se ideologicamente. Isso valia para as gerações  anteriores à Z. Não vale mais! Está ocorrendo um rompimento desse padrão, abrindo um fosso entre homens e mulheres jovens, com algumas consequências já constatáveis e outras ainda imprevistas.

 

Segundo Alice Evans, pesquisadora da Universidade de Stanford, “jovens com menos de 30 anos têm opiniões completamente diferentes a depender de seu gênero”: as mulheres são  mais progressistas, enquanto os homens tendem a ser mais conservadores.

 

Em alguns países - EUA, Alemanha e Reino Unido, por exemplo -, as mulheres dessa geração são cerca de 30 pontos percentuais mais liberais do que o público masculino da mesma faixa etária.

 

Essa  tendência mundial também impacta nosso país, marcado pelo patriarcado, pelo machismo e pela misoginia. Os assustadores dados sobre feminicídio no Brasil demonstram essa realidade.

 

Os resultados de eleições recentes em diversos países refletem essa divisão ideológica entre os jovens. Grande parte dos eleitores que escolheram governos de extrema direita são homens e jovens. 

 

Enquanto os homens da Geração  Z são favoráveis ao armamento da população e  contrários às políticas  de imigraçao, as jovens mulheres são influenciadas por  movimentos como o  MeToo, com bandeiras progressistas contrárias ao sexismo e a misoginia.

 

O que pode acontecer a longo prazo quando jovens homens e mulheres se separam ideologicamente? Diminuição do número de casamentos e da taxa de natalidade, aumento da violência contra as mulheres são algumas das consequências da tendência detectada pela pesquisa.  Outras implicações  virão.

 

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