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Foto do escritorWalber Guimarães

Mapa político do Paraná. Governo 2026 (parte III).

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Todos sabem que o atual governador Ratinho não pode disputar a reeleição em 26, logo a troca de guarda no Iguaçu é inevitável e, basta observar o cenário, o que se enxerga é um jogo em aberto, sem nomes óbvios ou favoritos destacados. Mas será que a disputa ainda não começou?


Claro que sim. Ainda nas apurações, políticos já estão se articulando para a disputa seguinte porque, a cada eleição, os novos números redesenham o cenário e exigem sempre novas composições pelo rearranjo das forças pós-eleitorais. Vamos tentar antecipar uma leitura, muito mais uma foto de um jogo dinâmico que envolve muitas variáveis.


Desnecessário dizer que as eleições se comunicam e o jogo de Brasília interfere diretamente em todos os estados. No Paraná, isto será ainda mais evidente se Ratinho subir um patamar e conseguir espaço para candidatura à presidente ou uma composição que o coloque na vice, na terceira opção, e, face às variáveis nacionais, a mais provável, opte pela disputa do Senado, com total favoritismo para uma das duas vagas em disputa e, basta ver o histórico, de alavancar eventual dobradinha para o Senado.


Dois fatos se desprendem de pleitos anteriores; candidatura a vice só interfere na composição, mas raramente nos números de cada estado e, em triste tradição da nossa política, persiste sempre a tendência de polarização e, quem não está em um dos polos, terá uma votação achatada ainda que tenha credenciais ou ótimos projetos porque, infelizmente, nosso eleitorado escolhe nomes e não os vincula a ideias.


Naturalmente, um dos polos de 26 está devidamente ocupado por Lula, que a despeito das bravatas pré-eleitorais, é candidato à reeleição e apenas a saúde o tira da disputa. Todavia, por opção política e exigências do Congresso, leia-se centrão, tentará um posicionamento mais ao centro, centro esquerda define melhor, para “empurrar” o candidato da direita para a ponta. Friamente, apenas a difusão de candidaturas da direita, pode criar uma disputa preliminar no primeiro turno. Tarcisio, Zema, Eduardo Leite, Ratinho e talvez mais um ou dois nomes, se não conseguirem uma composição, imprevisível agora, mas possível por força da conveniência eleitoral, podem mudar o perfil da próxima disputa, como se houvesse uma preliminar para definir o adversário de Lula. Apenas neste caso, pela diluição de nomes, Ratinho tem espaço no cenário nacional inclusive pelo reduzido contingente eleitoral paranaense.


Observe que a migração de Ratinho para a disputa nacional o obriga a composições mais amplas no Paraná e reduz sua capacidade de interferir no quadro, desta forma, se sugere um nivelamento de intenções de votos por baixo, abrindo a disputa para muito mais nomes.


Caso Ratinho opte pelo Senado, será dele a definição do nome oficial para a sucessão, com prêmio de consolação para vice e a carona na disputa para o Senado. Com a força eleitoral que dispõe, e com a possibilidade de filtrar três nomes, Ratinho fecha qualquer possibilidade de surpresa no seu campo político e deve enfrentar apenas a aliança de esquerda onde o PT será o carro chefe embora, provavelmente, o candidato terá o número 40 do PSB.


Iniciemos a leitura pelo grupo da situação. São muitos nomes que se apresentam para a disputa; Alexandre Curi, Beto Preto, Greca, Marcio Nunes, Ricardo Barros e Sandro Alex, por enquanto.


Alexandre Curi é o melhor posicionado nos bastidores, onde é mestre. Tem a preferência inicial de mais de duas centenas de prefeitos, além de um sólido grupo na Assembleia, mas isto não o define como favorito porque, nas ruas, ainda está longe da força interna. Todavia, não sendo o escolhido, terá relevância enorme na definição. Diria que Ratinho é o número 1 e ele o 2 na correlação de forças, neste momento.


Beto Preto, alavancado pela intensa exposição na pandemia, se tornou um nome conhecido em todo o estado e, é possível, que isto se reflita em números na largada. Em alguns momentos, teve até mais exposição na mídia que Ratinho e isto facilita no momento eleitoral. Joga muito próximo de Curi e isto indica que apenas um conjunto de circunstâncias relevantes tira uma destes nomes da chapa principal.


Rafael Greca um nome muito respeitado no estado, leva uma grande vantagem inicial; é muito forte no principal colégio eleitoral, a região metropolitana de Curitiba. Todavia, Greca enfrentará o teste das urnas em 24, onde apoia Eduardo Pimentel, ainda longe dos favoritos. Se vencer com Eduardo, terá peso suficiente para se impor como candidato, em caso de derrota estará sujeito ao jogo das composições, onde apenas Ratinho pode lhe salvar.


Ricardo Barros especialista no jogo político, talvez mais eloquente na busca de resultados que os demais, sinaliza o desejo e, com capital político e legenda forte, aponta para o governo, sabendo que ser o segundo da chapa ao Senado ou ainda ser contemplado com a indicação do vice. Melhor que ninguém sabe de suas limitações eleitorais, até pela baixa densidade de votos do Noroeste, seu principal reduto, e que, fora das composições, uma disputa isolada pode ter um custo elevado na sequência da carreira.


Marcio Nunes e Sandro Alex, além de outros nomes ainda menos credenciados politicamente, seguem na vitrine como alternativas remotas ao jogo eleitoral. Só seriam viáveis com a força da escolha de Ratinho que pode acontecer, mas é improvável e, neste caso, pessoalmente acredito que Sandro Alex teria mais chances de ser selecionado.


No campo da esquerda, tudo depende do desempenho do governo federal. É inquestionável a alta rejeição do PT no Paraná, um limitador intransponível no segundo turno, mas, política é dinâmica e basta que a economia se ajuste para que Lula seja o grande eleitor. O PT trabalha com os dois cenários. Se a avaliação estiver em alta, Gleisi e Zeca Dirceu são opções, mas Enio Verri, protegido e cacifado em Itaipu, tem mais trânsito na classe politica e deve ser o nome petista em 26.


Na hipótese do PT entender que a rejeição é um limitante, dois nomes se oferecem ao jogo. Luciano Ducci, já escalado para a disputa de 24, depende deste resultado para saber suas reais possibilidades e, neste caso, surge mais um nome, bastante credenciado e com trânsito livre em diversos partidos; Marcelo Belinati, atual prefeito de Londrina, que precisa eleger seu sucessor para garantir um bom posicionamento. Tem Boas credenciais, uma excelente avaliação em sua cidade e um nome novo, cacifado por Brasília.



Como disse inicialmente, oferecemos apenas uma leitura circunstancial de cenário e, como os fatos e os atores seguem em intensa dinâmica, é muito cedo para pensar em foto definitiva.

Seguimos atentos ao jogo.



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