Itália inicia julgamento por feminicídio de Ana Cristina: um caso que acompanho com profunda responsabilidade
- Renata Bueno
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Nesta sexta-feira, 4 de julho, participei, ao lado da renomada advogada criminalista Francesca Conte, de uma audiência decisiva em Pesaro, na região de Marche, Itália. A sessão marcou a abertura oficial do processo penal contra Ezio Di Levrano, acusado de assassinar brutalmente sua esposa, a brasileira Ana Cristina Duarte, em 7 de setembro de 2024.

Ana Cristina foi esfaqueada diante dos três filhos do casal, de apenas 6, 12 e 14 anos. Um crime bárbaro, mais um trágico episódio de feminicídio, antecedido por repetidos atos de violência doméstica. A audiência preliminar representou um passo importante na responsabilização penal do agressor e, mais do que isso, uma oportunidade de reafirmar o compromisso da justiça italiana com a verdade e com a proteção das vítimas.
Desde que tomei conhecimento desse caso, assumi o compromisso de acompanhar de perto todos os seus desdobramentos. Ao lado da doutora Francesca Conte, especialista com vasta experiência na área criminal, tenho atuado para garantir que os direitos da família de Ana Cristina, especialmente das crianças, sejam plenamente resguardados pelo sistema judiciário italiano. Nosso trabalho tem foco no acompanhamento jurídico e na busca por justiça, com especial atenção à proteção dos menores.
Neste momento, não há disputa judicial pela guarda dos filhos. A família materna deseja que o processo transcorra com máxima transparência e sensibilidade, respeitando o bem-estar das crianças, que permanecem na Itália e poderão ser encaminhadas à adoção, conforme decisão judicial. A esperança é que sigam em um ambiente acolhedor e comunitário, mantendo, sempre que possível, algum contato com a avó materna, Dalva Duarte.
O assassinato de Ana Cristina reacende, com dor e urgência, o debate sobre a violência de gênero na Itália e no mundo. Cada mulher silenciada por essa brutalidade nos exige ações concretas. A resposta das instituições precisa ser rápida, firme e, acima de tudo, humana.
Sigo comprometida com essa causa, como advogada, mulher e mãe, por Ana Cristina, por seus filhos, e por todas as outras vítimas que não podem mais falar.
Comments