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Foto do escritorTadeu França

GOVERNAR É COMPROMETER O FUTURO?

O Brasil somos nós, mesmo sabendo que a cada dez famílias, oito delas encontram-se endividadas.



A propósito, pedir dinheiro emprestado a começar por Dom João VI junto à Inglaterra, sempre foi mania entre nós. Endividar-se era visto como normal até o nosso chamado " MILAGRE ECONÔMICO " da ditadura militar. É que o mago Delfim Neto, ainda na década de 70 do século passado, passou a apregoar a plenos pulmões que era mais cômodo e eficaz financiar o nosso progresso com os dólares do Fundo Monetário Internacional do que com a nossa própria economia. Se temos crédito, afirmava ele, por que não utilizá-lo?


E o " milagre econômico aconteceu". A nossa dívida pública explodiu ao sabor das flutuações dos dólares.


General Emílio Médici


O general presidente, Emílio Médici, nadava de braçadas nas ondas da popularidade, ainda mais depois que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial de futebol no México. E o povo cantava:


" Meu coração é verde, amarelo, branco e azul anil..."


De norte a sul e de leste a oeste, eram comuns verbetes como:

"BRASIL, AME- O OU DEIXE-O" ou então, o brado sem titubear:

"MÉDI-CI O BRASIL PELO PRESIDENTE".


Os opositores ao regime autoritário, entrincheirado no MDM eram simplesmente ignorados. Isso, quando não eram presos, exilados, mandatos populares cassados, torturados, desaparecidos ou abertamente assassinados, a exemplo do contido livro "BRASIL NUNCA MAIS", prefaciado e coordenado pelo então cardeal-arcebispo de São Paulo, DOM PAULO EVARISTO ARNS.


Sobravam dólares no país, mas o modelo econômico da época era idêntico ao atual: o "tudo pode" a 20 por cento da população e o "nada pode" a maioria dos trabalhadores, sempre às voltas com salários corrigidos abaixo dos índices da inflação.


Hoje, são formidáveis os gloriosos RS$ 5.5 trilhões, mas a maior parte desses recursos está comprometida com o refinanciamento da avalanche representada pela dívida pública.


Além disso, o LOCUPLETEMO-NOS TODOS" no Congresso Nacional é visto com tanta naturalidade, que até mesmo o também imoral valor de R$900 milhões do tesouro nacional, fruto de impostos pagos pelo povo brasileiro, foi derrotado pelo plenário e prevaleceram os R$4.900 bilhões para a campanha eleitoral que se avizinha. Mas será que alguma coisa não está errada? Ora, a geração que os antecedeu no Congresso Nacional não se apropriava de verbas públicas em campanhas políticas...e nem dos R$25 bilhões de emendas parlamentares de futuro incerto.


Neste nosso 2024 e fruto do "milagre econômico" do passado, os SERVIÇOS DE NOSSA DÍVIDA PÚBLICA CONSUMIRÃO 80 POR CENTO DE NOSSO PIB( PRODUTO INTERNO BRUTO).


Família que gasta mais do que recebe, fracassa. A persistir o atual modelo de GOVERNANTES QUE GASTAM MAIS DO QUE ARRECADAM, COMPROMETIDO ESTARÁ O FUTURO DAS NOVAS GERAÇÕES QUE SÃO CARNE DE NOSSA CARNE E SANGUE DE NOSSO SANGUE.


Tadeu França

Ex- deputado federal constituinte


Complementando esta reflexão...


Marcos Kenji Fujisawa, arquiteto e urbanista, formado pela Universidade Federal do Paraná faz seu complemento ao texto de Tadeu França, e abre assim uma grande pauta a ser pensada...



"Permita-me complementar uma parte.


Creio que o grande problema é com a responsabilidade fiscal do empréstimo.


Dos superfaturamentos e da corrupção no decorrer destes empréstimos feitos pelo Poder público.


Isto aconteceu com a construção de Brasília e período desenvolvimentista de JK e também no citado milagre econômico Medici. Foram importantes para o desenvolvimento econômico da nação? Sem dúvida!


Brasília trouxe a descentralização do poder e o crescimento de uma região totalmente abandonada. O governo Medici criou a Embrapa, importante órgão de desenvolvimento científico para a área agrícola, construção de Itaipu que assegurou energia para o crescimento econômico das futuras décadas! Porém a que custo para o povo brasileiro?


Em 7 de dezembro de 1972, o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, sancionou a Lei nº 5.851, que autorizava o Poder Executivo a instituir empresa pública, sob a denominação de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura. O artigo 7º estabelecia um prazo de 60 dias para a expedição dos estatutos e determinava que o decreto fixasse a data de instalação da empresa. O Decreto  nº 72.020, datado de 28 de março de 1973, aprovou os estatutos da Empresa e determinou sua instalação em 20 dias. Este foi atualizado em 04 de agosto de 1997 pelo Decreto n° 2.291.

Uma dívida externa e interna brutal.


Até o 1º governo Lula publicou euforicamente o pagamento da dívida externa junto ao banco mundial! Porém poucos sabem que foi através de um empréstimo junto ao banco Itaú a juros de 14 % ao ano! Para substituir um empréstimo de 4,3% ao ano junto ao banco mundial. Talvez isso explique o apoio desta instituição bancária na eleição do atual presidente!


Enfim, sempre sobra para o povo pagar absurdos impostos, que infelizmente crescerão muito nos próximos anos com a atual reforma tributária!


Sobre o uso de empréstimos, desde que bem administrada é uma ótima e muitas vezes única maneira de fomentar o crescimento. Utilizado pela grande maioria das empresas para realizá-las!" - Marcos Kenji Fujisawa

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