As férias estão acabando, - ou já acabaram, para muitos de nós. Períodos de recesso e de festas, com viagens, encerramentos e comemorações podem vir associados à excessos alimentares e de ingestão de álcool. Para você é comum voltar das férias com a sensação de que exagerou? Isso te deixa ansiosa(o), com medo de ter aumentado de peso ou de estar fora de controle com relação a forma como se alimenta? Se este cenário é comum na sua vida e você tende a voltar para a rotina se sentindo culpado(a) e isso te faz buscar várias dietas restritivas; saiba que para ter uma relação mais equilibrada e saudável com a comida e seu corpo você não precisa deixar de comer o que gosta, muito menos se cobrar ou se culpar por não estar se exercitando ou se não tem conseguido equilibrar as suas vontades e desejos por comida. Mesmo após um período de excessos, é possível retomar hábitos saudáveis sem fazer loucuras. As pesquisas na área da nutrição vêm avançando, e hoje sabemos que 95% das pessoas que fazem dietas restritivas voltam a engordar, às vezes, ganhando até mais peso do que apresentavam no início. Privação leva nosso organismo à um estresse muito grande e pode desencadear episódios de compulsão. Listo aqui três alterações importantes, do ponto de vista físico, geradas pelos métodos de restrições radicais.
As dietas restritivas:
Aumentam o apetite
Diminuem o metabolismo
Contribuem para o efeito sanfona
Já do ponto de vista comportamental, vale entender um pouco mais sobre o ciclo que mantém você entrando e saindo das dietas: restrição → desejo → exagero → culpa. Veja se você se identifica.
Primeiro, vem a restrição: “não posso comer muito ou vou engordar”. “Doce, nem pensar!” Isso aumenta o desejo: “tudo que eu mais queria agora era comer um doce" ... ”E se eu comer só um pedacinho?”.
Aí você acaba exagerando e sente que “já errou” mesmo, então, vai e come mais e mais até se sentir enjoado(a) ou muito estufado(a).
Aí vem a culpa: “Poxa, fracassei de novo. Vou ter que começar outra dieta ainda mais restritiva na próxima segunda-feira! Então, vou fazer despedida da comida e comer bastante, porque depois vou ter que fechar a boca!”.
Viu como não faz sentido? O que você precisa é aprender a se reconectar com os sinais que o seu corpo te dá, a comer e se movimentar em paz, com consciência, atenção e com prazer. Mindful eating (ou alimentação consciente) é um dos caminhos que pode te ajudar.
Mindful Eating é um estilo de vida. É viver em conexão com os sinais internos que nosso corpo nos dá a todo o tempo, - de fome, saciedade e satisfação, por exemplo. É aprender a respeitar o corpo e suas necessidades de nutrição e cuidado, em todos os níveis, para além da alimentação. É também, se orientar para escolhas mais conscientes e alinhadas com a sua verdade acessando a sabedoria externa (informações disponíveis sobre cada tipo de alimento), - é recuperar o poder de escolha e autonomia, é aprender a flexibilizar. Alimentar-se com atenção plena é sobre resgatar uma relação de paz com a comida e com nossos corpos, é sobre comer e viver com prazer.
Conectar com os sinais internos de fome é um dos passos que se (re)aprende quando experimentamos esta nova forma de se alimentar.
Identificar o "por quê" comemos, se por fome física ou psicológica em todas as suas variações é o primeiro passo. É sobre perceber como nos sentimos e quais os pensamentos antes de comer, quais nossas crenças sobre os alimentos. É compreender de onde vêm nossas escolhas alimentares, se somos nós escolhendo ou escolhem por nós. É olhar com amorosidade para todo este processo para, assim, poder fazer escolhas mais conscientes e alinhadas com a nossa verdade. Ficou curioso(a)? No próximo artigo vou compartilhar com você os diferentes tipos de fome e como identifica-los!
Com carinho,
Psicóloga Taene Nolasco
CRP-12/15477
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