O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vê razão para a duração da greve dos professores e servidores das instituições federais de ensino e fez um apelo pelo encerramento da mobilização.
As declarações ocorreram nesta segunda-feira, 10, no encontro do governo com reitores, em meio a uma greve de universidades federais. Professores e servidores cobram reajuste salarial em 2024, reestruturação da carreira e revogação de normas aprovadas nos governos anteriores.
"Eu acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando, porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor, é o Brasil e os estudantes brasileiros", afirmou.
Lula também disse que dirigentes sindicais "precisam ter coragem de propor, negociar e tomar decisões que não são o 'tudo ou nada'" e que "greve tem tempo para começar e para terminar".
O presidente afirmou que os grevistas não podem permitir que a greve "termine por inanição" e pediu para que os participantes da mobilização também considerem os anúncios da ministra da Gestão, Esther Dweck, em relação aos salários, além dos investimentos em infraestrutura.
"Vamos ver os outros benefícios. Vocês já têm noção do que foi oferecido? Vocês conhecem o que foi oferecido?", afirmou Lula aos reitores. "O montante de recursos que a companheira Esther colocou à disposição é um montante de recursos não recusável. Eu só quero que levem isso em conta."
Lula também sugeriu que os reitores procurem os prefeitos para verificar espaços que possam sediar novos institutos federais, devido à lentidão na concretização de anúncios já feitos pelo governo.
"O que não pode acontecer é anunciar e, um ano depois, não ter institutos", afirmou. "Se colocarmos em andamento o que anunciamos, temos chance de buscar mais dinheiro."
Lula também se disse abalado por notícias em jornais sobre universidades que estariam "sem dinheiro". O presidente pediu que os reitores provem que "está faltando dinheiro nas universidades" e que "o governo tem que arrumar recurso".
Na ocasião, Lula cobrou, ainda, o ministro da Educação, Camilo Santana, para que institutos já anunciados de fato entrem em funcionamento.
"O dinheiro aparece quando tem projeto incontestável. Não é discurso que faz projeto", afirmou. "Faço apelo a vocês para fazer esse dinheiro anunciado gerar emprego.
No evento, o governo federal anunciou R$ 5,5 bilhões em investimentos na infraestrutura das instituições de ensino e a construção de 10 novos campi universitários.
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