Discernindo os Tempos: A guerra entre Israel e Irã sob a luz das Escrituras
- Christina Faggion Vinholo
- 18 de jun.
- 2 min de leitura
Por Christina Faggion Vinholo, teóloga, especialista em AT e NT.
Diante dos conflitos atuais envolvendo Israel e Irã, muitos cristãos se perguntam: estaríamos vendo o cumprimento das profecias bíblicas? Como interpretar estes acontecimentos à luz da Palavra de Deus, sem cair em especulações sensacionalistas ou em leituras desconectadas do contexto bíblico?

As Escrituras não nos foram dadas para satisfazer curiosidades sobre eventos políticos ou geopolíticos específicos, mas para revelar o caráter de Deus, seu plano redentor e o chamado do seu povo à fidelidade. Quando observamos os capítulos proféticos como Ezequiel 38 ou os discursos escatológicos de Jesus, como em Mateus 24, somos lembrados de algo essencial: a história caminha sob a soberania de Deus, e nenhum evento escapa ao seu controle.
O conflito entre nações, o surgimento de ameaças e alianças, as guerras e rumores de guerras — tudo isso já foi previsto por Cristo como parte das dores que precedem o fim (Mt 24.6-8). Não nos foi dado saber os tempos ou épocas que o Pai reservou para sua própria autoridade (At 1.7), mas nos foi revelado que, em meio ao caos, Ele edifica seu Reino e sustenta sua Igreja.
Ezequiel 38 fala de uma coalizão de nações contra Israel, com líderes simbólicos como Gogue e Magogue. Embora muitos tentem identificar esses nomes com nações modernas, a intenção do texto é mais teológica do que geopolítica: trata-se de uma imagem do confronto final entre o povo de Deus e os poderes deste mundo. É a dramatização de um conflito cósmico que se manifestará em sua plenitude no tempo designado por Deus. Não se trata necessariamente de um roteiro literal, mas de uma afirmação do juízo divino e da vitória final do Senhor.
Assim, ao vermos tensões no Oriente Médio, devemos ser sóbrios. Sim, esses eventos nos lembram que o mundo jaz em conflito e que a paz verdadeira só virá com o Príncipe da Paz. Mas mais do que tentar identificar quem é quem nas profecias, somos chamados a discernir os tempos com sabedoria: tempos de arrependimento, vigilância e missão. Não é hora de medo, mas de fé. Não é tempo de especulação, mas de proclamação.
A Igreja deve viver com os olhos no céu, aguardando a vinda gloriosa de Cristo, mas com os pés firmes no chão, servindo ao próximo, anunciando o evangelho e perseverando na esperança. A história não caminha para o caos, mas para a consumação da promessa: “O Senhor reina; tremam as nações” (Sl 99.1).
Instagram: @chrisvinholo
E-mail: chrisvinholo@gmail.com
Комментарии