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Cigarros eletrônicos fazem mal à saúde; mitos e verdades sobre o dispositivo popular entre jovens

Foto do escritor: Redação BisbilhoteiroRedação Bisbilhoteiro

Diversas pesquisas mostram os malefícios do consumo de cigarro para a saúde. Responsável por mais de 7 milhões de mortes anuais em todo o mundo, o produto há muito tempo deixou de ser símbolo de poder, status e liberdade. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, ano após ano, o consumo seja reduzido.



Nos últimos anos, porém, surgiram os cigarros eletrônicos. Com uma aparência moderna e com gostos disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, eles passam a ideia de serem inofensivos à saúde. Basta acessar as redes sociais para ver homens e mulheres jovens consumindo os vaporizadores. A “fumaça” densa também é comumente percebida nas rodas de amigos em bares, restaurantes ou até mesmo na praia.


O que muitos não sabem, ou ignoram, é que, apesar de parecerem uma boa alternativa e serem socialmente aceitos, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são tão danosos quanto o cigarro convencional. A comercialização, importação e propaganda daqueles são proibidas no Brasil.


A pneumologista e coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), Penha Uchoa, há mais de 20 anos ajuda pessoas a largarem o vício do tabagismo. Ela explica mitos e verdades sobre os cigarros eletrônicos e orienta sobre os riscos à saúde.


Os cigarros eletrônicos fazem mal à saúde?



Os cigarros eletrônicos são maléficos à saúde e não são seguros. Não há registros sobre os tipos de substâncias e as concentrações que estão presentes nos cartuchos, por exemplo. Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar possuem substâncias tóxicas além da nicotina e podem causar doenças respiratórias. Em 2019, o surto de uma síndrome gripal que evoluiu para uma insuficiência respiratória aguda foi registrada entre jovens de vários estados americanos. A grave e misteriosa doença pulmonar estava ligada ao uso de cigarros eletrônicos. Nós, profissionais de saúde, precisamos chamar atenção desses jovens que estão procurando o cigarro eletrônico com a crença de que ele seja menos danoso. E não é.


Os cigarros eletrônicos são uma alternativa para parar de fumar?



Não há comprovação científica de que os cigarros eletrônicos sejam eficazes para a cessação tabágica. Os estudos científicos são limitados e de baixa certeza de evidência. O cigarro eletrônico pode, inclusive, levar as pessoas a fumarem mais, para compensar a falta do cigarro comum.


Além disso, outra coisa que está acontecendo é que muitos jovens e adolescentes que nunca fumaram estão experimentando o cigarro eletrônico e passam a ser usuários frequentes. Essa iniciação precoce pode ser também uma porta de entrada ao tabagismo convencional. Isso é um grande risco e um desserviço à saúde pública.


O cigarro eletrônico tem uma composição diferente do tradicional?



Os cigarros eletrônicos são bem diferentes dos cigarros convencionais. Enquanto os tradicionais possuem registro das substâncias, concentrações e quantidades contidas nele, o cigarro eletrônico não possui registros formalizados.


O cigarro eletrônico possui três componentes essenciais: a bateria, o aerossolizador ou atomizador e o cartuxo que contém o líquido que, por sua vez, contém as substâncias – que podem ser nicotina, odorizantes e flavorizantes. A bateria aquece a solução líquida e, assim, gera o vapor.


Por não existir a combustão dos derivados do tabaco, como ocorre com o cigarro tradicional, os dispositivos eletrônicos não possuem monóxido de carbono. Além disso, ele também não contém alcatrão na composição.

A ausência dessas substâncias colabora com a ideia de que ele é seguro. Mas, apesar disso, ainda há a presença de outras substâncias tóxicas e a alta concentração de nicotina, que fazem com que o cigarro eletrônico seja ofensivo.


A comercialização dos DEFs é liberada no Brasil?



Desde 2009, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa – RDC 46, de 28/08/09). A justificativa é de que não existem estudos que comprovem a segurança na utilização dos DEFs, além de serem extremamente atraentes para os mais jovens, que tendem a aderir ainda mais ao produto.



Em relação ao narguilé: ele faz tão mal quanto o cigarro comum?



Apesar de serem igualmente atrativos, por terem um designer arrojado, eles são diferentes. O narguilé tem como base o tabaco e também vem de uma fonte de combustão. Isso significa que, além da nicotina, ele tem monóxido de carbono e alcatrão, assim como o cigarro tradicional.


Uma rodada de narguilé, de cerca de 1 hora, 1 hora e meia, pode equivaler a fumar mais de cem cigarros. Acontece que existe o fator socialização nessa história, dando destaque para a presença massiva do aparelho em bares e festas.


O tabagismo é um dos principais fatores de risco evitáveis e responsável por mortes, doenças e alto custo para o sistema de saúde, além da diminuição da qualidade de vida do cidadão e da sociedade. Não há nível seguro de exposição ao tabagismo. A única maneira de proteger adequadamente fumantes e não fumantes é eliminar completamente o uso desses produtos fumados.


Referência

O Hospital de Messejana possui o Programa de Controle do Tabagismo, sendo referência no tratamento de fumantes. Há quase 20 anos, o serviço auxilia pacientes na luta contra a dependência. O atendimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais.


Mais de três mil pessoas já foram atendidas pelo programa, que além de acompanhamento, realiza a distribuição gratuita de medicação para aliviar os sintomas da abstinência.


Na próxima segunda-feira (30/05), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, celebrado no domingo (29/05), o HM promoverá uma série de palestras com os pacientes acompanhados na unidade.


“Retomamos os encontros presenciais em um local aberto, respeitando as recomendações sanitárias e vamos aproveitar a oportunidade para esclarecer sobre a relação do tabagismo com a Covid-19, dando orientações sobre como se manter motivado a largar o vício mesmo durante a pandemia”, ressalta Uchoa.

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