Por: Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.
Para iniciar o artigo, peço a gentileza de que verifique as duas imagens, ambas com fonte primária, via google.


Por que a projeção da população de Cianorte "encolheu" 5% em três anos?
Inspirado nesta questão, preparei este texto para os amigos leitores.
Espero poder, ao lado dos caros amigos, estar por aqui, em 2033, comemorando 80 anos de Cianorte, mas, desde já, é importante olhar à frente e entender os desafios que nos esperam.
Talvez agravado pelos últimos três anos de justificada retração, na última década não se observou avanços significativos na economia ou mesmo na demografia de Cianorte. População e renda seguem estáveis portanto abaixo dos esperados crescimentos em ambos os fatores. Mas, isto é fundamental entender, por que os números não crescem?
A resposta mais óbvia está na retração da competitividade do polo de confecções que enfrenta dificuldades, internas e externa, já há muito tempo. Sumiram empregos que não foram substituídos por novas vocações e a cidade continua sendo comparativamente cara, em relação aos demais polos regionais.
A supramencionada análise rasa é suficiente para entender nosso principal desafio; garantir a geração de novos empregos e reduzir o “custo Cianorte” para atrair e manter a população empregada e feliz.
Para baixar o custo, o fator primordial é habitação. É muito caro morar em Cianorte, locação e metro quadrado nas áreas periféricas não são convidativas e faltam empregos com salários médios melhores. Efeito Tostines; causa e efeito se alternam sem apontar soluções.
Permito-me apontar dois caminhos, de curto prazo, para minimizar o problema;
Política agressiva de incentivo à micro e pequenas empresas, capazes de reduzir a distância entre população em idade ativa, quase 70% da população, e a população economicamente ativa que, assim como em todo o país, tem uma defasagem explicada pela soma de desemprego e falta de oportunidades. E, como os números já comprovaram, se não tem emprego, o empreendedorismo de necessidade socorre às necessidades das famílias da forma que for possível.
Maringá, bem pertinho, tem um ótimo programa de estímulo a estas empresas que, com orientação e apoio, tem se revertido em maior número de empregos.

Outra questão relevante é habitação popular, leia-se loteamentos ou casas populares. Sei, por dever de ofício, sou engenheiro e também trabalho com loteamentos, que um empreendedor, que precisa ter lucro pra seguir em frente, não consegue sustentar repasses de casas ou lotes com subsídios, que jogam os juros no piso, para atender a demanda da população, que podem ser oferecidos pelos programas governamentais. O problema é que nem me lembro do último projeto nesta área em Cianorte, seguramente no primeiro mandato do Bongiorno ou ainda com o Edno. Será que falta demanda? Fácil responder ....
A cidade precisa de planejamento e, desde o início do século, falo em planejamento de longo prazo, fruto de minhas experiências profissionais, política e como cidadão que teve atuação nos movimentos desta ordem em Maringá, desde os anos 80, e fico realmente feliz com o planejamento Cianorte, cem anos. Acredito que fui pioneiro nesta ideia em Cianorte. Mas, ao notar a falta de crescimento da população e da economia, me somo aos que ligam o sinal amarelo para cobrar ações de curto prazo para reverter estas tendências.
Acho excelente que se invista em praças ou parques, a população aprova e agradece a melhoria da qualidade de vida, mas administrar precisa ir além disto. Existem gargalos que precisam ser enfrentados com determinação para garantir que nossa cidade possa continuar crescendo com qualidade, emprego e renda, fundamentais para que se possa desfrutar da nosso Cianorte.
Sem emprego, os filhos desta terra, buscarão novas praças (literalmente) e empresas tem cálculos detalhados para definir onde instalar novas plantas, como ensinei em detalhes aos queridos alunos de administração na Unipar. Custo baixo de logística, matéria prima e habitação são prioridade absoluta na definição desta questão.
Até acredito que belas praças sejam relevantes, mas não estão na planilha das grandes empresas e nem geram empregos como uma incubadora, a exemplo do antigo IBC, podem oferecer.
Pensem nisto...
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