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Caminhada do Meio-Dia em Maringá: Um Grito Silencioso por TODAS as Mulheres

Nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, Maringá foi palco de um ato de resistência e que deveria ser de união: a Caminhada do Meio-Dia. Promovida pela Secretaria Estadual da Mulher, e coordenada localmente pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, o evento marcou o Dia de Combate ao Feminicídio, levantando o pedido de feminicídio zero, pela vida de todas as mulheres.

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A caminhada, que se destacou pelo seu caráter silencioso, foi um convite à união dos movimentos sociais na luta pelo fim da violência. "Nós não queremos mais ouvir o som da sirene, parem de nos matar" ecoou como um grito de indignação e um apelo urgente por justiça. Para além da luta por justiça, o ato simboliza o pedido por políticas públicas que impeçam que crimes de ódio como o feminicídio e o transfemicídio aconteçam. O silêncio da multidão era um potente lembrete da dor e da urgência da causa.


Um dos pontos cruciais da caminhada é a participação  de mulheres trans e travestis, que lutam também por essa luta pelos direitos de todas as mulheres, carregando como principal bandeira o reconhecimento de sua identidade como identidade feminina. A expressão "Bota a cara no sol", que historicamente surgiu em um contexto onde pessoas trans circulavam predominantemente à noite, ganhou um novo significado. Mais do que uma provocação ao sistema, tornou-se um convite à resistência, um clamor por visibilidade e aceitação para todas as identidades femininas, em pleno dia e à luz do sol, a caminhada do meio-dia, em Maringá foi com sol e com o som dos sinos da catedral.


Durante o ato, diversos líderes religiosos e autoridades presentes fizeram uso da palavra. Um padre, um pastor e uma mãe de santo se uniram em mensagens de paz e solidariedade, reforçando a importância da fé e da espiritualidade na busca por um mundo mais justo.


Um fato que chamou a atenção dos participantes foi a peculiar organização do cortejo: as autoridades presentes, representantes do poder executivo e legislativo, foram separadas do restante do público, partindo à frente e criando um significativo vão. Esse distanciamento gerou, pra mim, um contraste visível entre os representantes do poder e as vozes do povo que marchavam por trás, evidenciando, talvez sem intenção, a lacuna que muitas vezes existe entre as decisões políticas e a realidade vivida pelas mulheres na base da sociedade. A sociedade civil organizada apertou o passo!


A Caminhada do Meio-Dia em Maringá foi mais do que um evento; foi um potente símbolo de resistência, e um lembrete doloroso de que a luta contra a violência e o feminicídio exige a participação e o reconhecimento de todas as mulheres, em sua plena diversidade, para que tenhamos de sucesso os nossos sonhos coroados.


Leonna Moriale

Travesti Arte'ativista

 

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