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Brasil, março de 2024, virando uma página.

Foto do escritor: Walber GuimarãesWalber Guimarães

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Esse ainda não é o Brasil queremos, mas um país que dá um passo à frente.

Desvendar um crime político, com gente poderosa envolvida e os colocar na cadeia é um avanço a comemorar.



Decretar a prisão de celebridade, por crime contra uma mulher, fora do país é também um avanço.

Ainda temos muito a percorrer, inclusive para impedir que estes pequenos avanços não se consolidem, mas, em algum momento precisamos acreditar que podemos transformar o Brasil em um país decente, onde se pode confiar na justiça e acreditar que ela vale para todos.


Ainda é muito pouco, mas deixa feliz quem tem poucas esperanças de ter uma Nação justa.


Marielle política, mas também mulher, e as vítimas anônimas de Robinho e Daniel são também respostas necessárias do Brasil ao seu lado machista e perverso.

Dignidade às mulheres e demais minorias é civilidade!


Precisamos curar nossas feridas sociais, tão graves quanto nossas mazelas políticas.

Ainda temos um longo caminho, mas reconhecer nossos percalços é um bom início. Rótulos de país da impunidade e do feminicídio que seguem associados aos nossos números precisam de respostas vigorosas porque precisa envergonhar um país de gente decente.


A triste sina da impunidade, historicamente associada aos poderosos neste país, precisa de profunda revisão porque não se pode, eternamente, normalizar os privilégios, a carteirada e o país dos especiais, dos superiores, da imunidade e da impunidade.


Combater cada um destes desvios é missão de cada brasileiro que quer uma Nação melhor que precisam entender que a luta pela transformação de nosso aparato institucional, incluindo os três poderes e o equilíbrio entre as unidades da federação, o ajuste de nossa legislação que traduza nossos anseios em relação aos excessos do legislativo, alimentado com dinheiro público em suas vantagens explícitas para conceder governabilidade, trocar a camaradagem e o compadrio pela meritocracia na montagem da Suprema Corte e limitar o tempo de permanência do chefe do executivo no poder, para que esta não seja sua principal missão, pode ser uma boa pauta de largada.


Diria, com atrevimento, que talvez um decálogo, com regras que devolvam confiança ao sistema, são metas mais razoáveis que a eterna discussão sobre a que cabe o papel de salvador da pátria.


Substituir a mediocridade do debate personalista, tentando de maneira inútil definir quem é o melhor, ou o “menos ruim”, não resolve se, a qualquer um deles, não conseguirmos estabelecer um caminho a ser percorrido que nos coloque na rota de uma nação plena, justa e com oportunidades para todos, algo bem mais saudável que decidir que grupo terá a chave do cofre.


Se desenharmos um caminho razoável, teremos menos sobressaltos. Se tivermos ponto de chegada, o piloto será menos relevante. Se tivermos consciência do que realmente queremos, a polaridade obtusa poderá, finalmente, ser substituída por um debate decente de nossas ações e de nossas prioridades.


Se até o impensável mandante do extermínio de Marielle apareceu, por que não acreditar em novos milagres?

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