Por: Marcio Nolasco - Gestor de T.I e Projetos
Presidente disse que Brasil é 'da paz', mas não comentou ação militar e citou 'contato excepcional' com Putin

O presidente Jair Bolsonaro desautorizou nesta quinta-feira( 24/02) o vice-presidente da república Hamilton Mourão por ter feito críticas à Rússia pela invasão da Ucrânia. Bolsonaro disse que somente ele trata de questões internacionais e evitou repudiar a ação militar russa.
Na manhã desta quinta, Mourão adotou um tom duro contra a invasão e comparou a ação do presidente russo, Vladimir Putin, com a movimentação militar do líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial. O vice-presidente disse que apenas sanções econômicas contra a Rússia não são suficientes, sendo necessário também o uso da força.
No início da noite, em transmissão ao vivo em redes sociais, Bolsonaro leu uma notícia sobre as críticas de Mourão e disse que ele estava "falando algo que não deve".
Diplomacia: Itamaraty evita condenar a Rússia, mas apela à suspensão dos ataques à Ucrânia
— Deixar bem claro. O artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso, e eu vi as imagens, falou mesmo, está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa.
Fica evidente a posição de autoritarismo de Jair Bolsonaro quando fala que falar sobre a invasão da Rússia à Ucrânia "é de competência nossa", só não deixou claro quem estaria fazendo parte do "nossa" - poderiam ser dele e seus filhos aliás Bolsonaro visitou a Rússia acompanhado do único Vereador Internacional do Planeta! Ou o "nossa" seria dele Jair e a presidência, pois se for da presidência o vice-presidente faz parte dessa pasta juntamente com os demais gabinetes e a Casa Civil, e ainda temos para as questões diplomáticas o Itamaraty.
Para Bolsonaro, quem comenta sobre isso está "está dando peruada naquilo que não o compete".
O Vice-presidente do Brasil é o segundo cargo mais alto no ramo executivo do governo federal brasileiro, depois do presidente do Brasil, e ocupa o primeiro lugar na sucessão presidencial. Tem a função de substituir o Presidente no caso de viagem ao exterior ou impedimentos e sucedê-lo em caso de renúncia, morte ou destituição do cargo por processo de impeachment. Ele deve também dar conselhos ao Presidente, caso seja requisitado. A Constituição permite que uma lei complementar dê novas atribuições ao vice-presidente. Oito vice-presidentes já assumiram a presidência devido a algo ocorrido com o titular.
A tal liberdade de expressão e democrática parece só existir para Jair Bolsonaro, e não se aplica para opiniões pessoais para seus ministros e seu vice-presidente.
Comentários