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Foto do escritorLucio Olivo Rosas

Agro e Marketing. Parte I – Negócios e Cooperativas

Vamos abordar a relação do Marketing com o setor de Agronegócios a partir deste e dos próximos artigos. Mas, antes, vamos compreender como este setor se organiza com o foco no marketing. Não se trata de uma série, mas haverá alguns episódios. Todo mundo sabe que o Brasil é o celeiro do mundo e que o Agronegócio impulsiona a economia brasileira, gerando desenvolvimento, renda e emprego para todas as regiões do Brasil. Em termos de Agronegócio, compreendemos os produtores rurais, agricultores e pecuaristas do setor primário, as agroindústrias e os produtores de insumos do setor secundário e, ainda como setor terciário, a cadeia de distribuição e comércio, incluindo as exportações.


AGRONEGÓCIO NO BRASIL

Segundo um estudo realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor agropecuário brasileiro empregou 28,1 milhões de brasileiros em 2023, o que é um número recorde em 11 anos, representando 27% do total de empregos no Brasil. Além disso, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estimou que a participação do agronegócio na economia brasileira seja de 24,5% em 2023, ligeiramente abaixo dos 25% registrados em 2022. Dentre tantas pessoas trabalhadoras envolvidas, podemos focar no papel das COOPERATIVAS nesse hub de negócios. Afinal, elas são as principais responsáveis pela produção do setor. Desde que a primeira cooperativa surgiu no Brasil em 1.889, em Ouro Preto (MG), e, em 1902, com a primeira cooperativa de crédito, fundada no Rio Grande do Sul, o setor não parou mais, estando no topo da produção agrícola e pecuária mundial, seja na quantidade, na tecnologia e na diversificação da produção. NO PARANÁ As raízes do cooperativismo no Estado foram construídas pelos imigrantes, que, desde o início, tinham como valores a prática da cooperação. Dessa forma, organizaram a vida comunitária em estruturas baseadas em atividades em comum, como a aquisição e venda de produtos, bem como as necessidades de educação e lazer. Após a proclamação da República (1889), o povoamento do interior do Paraná foi intensificado, onde diversos desbravadores, vindos de diferentes regiões do Brasil e de outros países, começaram a construir cidades e a sentir necessidade de um espírito cooperativista para garantir a prosperidade desejada. O cooperativismo passou a ser a diretriz de desenvolvimento, e, assim, em todos os cantos do Estado, o cooperativismo criou corpo e forma de organização e vida. Em 2022, as cooperativas paranaenses atingiram o valor de 186 bilhões de reais, o que representa um terço do total de faturamento dessas organizações em todo o Brasil no mesmo período, que foi de 600 bilhões. Do volume faturado no Paraná, 85% são provenientes da agroindústria, 10% é do setor de crédito, 4% de saúde e 1% de outros segmentos. Com um crescimento médio anual de cerca de 20% no Estado, as cooperativas agroindustriais devem aumentar ainda mais a sua liderança. Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a meta é chegar a R$ 200 bilhões de faturamento em 2023 e dobrar este volume nos próximos cinco anos. Atualmente, o Paraná tem 11 (onze) cooperativas ligadas ao setor agroindustrial entre as 300 maiores do mundo. O dado é resultado de uma análise realizada pelo World Cooperative Monitor (Monitor Cooperativo Mundial), que identificou as maiores cooperativas em termos de volume de negócios sobre o PIB per capita do Brasil. As empresas que representam o Paraná nesse ranking são: - Coamo (Campo Mourão) – (24ª) - C.Vale (Palotina) – (41ª) - Lar (Medianiera) – (49ª) - Cocamar (Maringá) – (73ª) - Copacol (Cafelândia) – (83ª) - Agrária (Guarapuava) – (108ª) - Integrada (Londrina) – (114ª) - Castrolanda (Castro) – (115ª) - Frimesa (Medianeira) – (119ª) - Frísia (Carambeí) – (139ª) - Coopavel (Cascavel) – (147ª) O fato de todas estarem ligadas ao agronegócio ajuda a explicar a importância do setor para a economia do Paraná. É importante destacar as Cooperativas de Crédito Sicoob (26.ª) e Sicredi (29.ª), bem como o Sistema de Saúde Unimed (4.ª), que obtiveram excelentes colocações no ranking, e com influência significativa no PIB brasileiro. MARKETING Se o Marketing é responsável pela administração de iniciativas que estabelecem conexões entre dois ou mais membros, ele tem o papel crucial de compreender o comportamento do cooperado e sua comunidade, sugerir mudanças em produtos e serviços, monitorar tendências e desenvolver a marca de maneira adequada para aprimorar o desempenho e aumentar os lucros das cooperativas. Podemos, portanto, usar marketing nas cooperativas, através do conceito de Marketing Cooperativo, que é uma análise dos comportamentos do cooperado e do consumidor, em busca da satisfação, dos desejos e das necessidades dos clientes, através da criação, oferta e troca de produtos de valor para atingir metas organizacionais. Nas próximas semanas, analisaremos como foram implementadas algumas ações de marketing de produtos e institucionais em algumas cooperativas, quais foram as estratégias e ações que ajudaram a aumentar as suas marcas e conquistar um espaço no mercado.

Prof. Me. Lúcio Olivo Rosas. Mestre em Comunicação e Semiótica: Significação das Mídias Professor universitário e Market intelligence Professional @lucio_rosas_ luciorosas.com.br Referências: Agência Estadual de Notícias – PR / www.monitor.coop / www.forbes.com.br Imagem: iStock


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