Quem, alguma vez, não se deparou com esta pergunta: Fui eleito vereador, e agora o que terei que fazer?
Passados 4 anos do ultimo mandato. findando agora em dezembro/24, e com uma renovação de 70% das cadeiras da Câmara Municipal de Cianorte, a pergunta que se faz é: Fizeram os atuais vereadores seu papel independente de fiscalizar o executivo, ou foram renovados pelo voto popular porque demonstraram obediência ao corporativismo politico municipal?
Foto: Fernando Fonseca
A indagação procede, devido a morosidade que esta Câmara teve em tomar atitudes simples de questionar o poder público, talvez por causa do desconhecimento das atribuições que um vereador deve enfrentar na Câmara Municipal. A resposta veio nas ultimas eleições municipais onde apenas 3 dos atuais vereadores foram reeleitos, assim mesmo com uma decadência no número de votos comparado quando foram eleitos pela primeira vez.
Se não houvesse o devido interesse do "sistema político", os vereadores não reeleitos teriam conseguido dar uma resposta à altura que necessitavam seus eleitores ao confiarem seus votos nas urnas e desejavam que seus representantes pudessem realizar as atividades legislativas de maneira digna e ética para o seu mandato? Fato este talvez que não foi vislumbrado pela população cianortense, que levou à renovação de 70% da casa com o voto popular. Esses mesmos vereadores que diziam estar na câmara trabalhando para o povo e pelo povo, foram trocados por esse mesmo povo, já diz o ditado popular "a voz do povo é a voz de Deus!". E que não fiquem magoados, que tenham isso como aprendizado e experiência para sua nova jornada, seja na vida política ou fora dela... Alguns deverão ter oportunidades de nomeação para algum cargo comissionado no funcionalismo publico cianortense, e nós e a população continuaremos "de olho".
A função dos vereadores de Cianorte, assim como das demais cidades brasileiras, não é só a de legislar. Há muito mais para fazer pelo mandato. Fiscalizar, julgar e administrar também fazem parte da vida do vereador, mantendo independência em suas decisões, não pode um vereador(a) se ausentar sempre que se tenha "uma dividida" com o poder executivo.
A Câmara Municipal de Cianorte, deve funcionar para preparar o futuro do município. O que se espera é que o município cuide de si, no combate ao abandono dos espaços públicos, na conclusão de obras suspensas e no fomento de investimentos em políticas públicas em saúde, educação, segurança, mobilidade urbana, geração de empregos, ampliação do comércio e da indústria e no uso das verbas públicas. E por falar nisso! Temos ainda esse ano, como um ato INDEPENDENTE sem corporativismo dessa atual formação legislativa já findando mandato, a votação da CPI dos terrenos que esta nada menos que 3 anos em trâmite na casa... Ou será que vai virar pizza? Cianorte merece saber tudo que aconteceu com seus imóveis nos últimos 20 anos...
A câmara municipal é como um Reality Show, onde os que ficam e os que saem são pela decisão do voto popular, a diferença é que, no Reality Show os participantes são monitorados 24/24 horas, já na câmara municipal não sabemos dos acontecimentos nos bastidores da casa.
Deve-se pensar o município de Cianorte como amigável na criação de oportunidades, sustentável, competitivo, inovador e próspero. Trabalho esse que a população após renovar 70% dos atuais vereadores, espera que os próximos ocupantes da casa de leis possam "honrar suas calças" e responderem à altura para os cianortenses e nossos filhos que são o futuro dessa cidade...
E para os próximos vereadores que foram eleitos para a gestão 2025/2028, fica aqui uma dica e uma Carta de Princípios para análise:
CARTA DE PRINCÍPIOS
Durante o mandato, os vereadores devem empenhar esforços, capacidade e vontade política em suas ações legislativas:
1º – Transformar a Câmara como instrumento de verdadeira e efetiva participação popular nas decisões sobre os problemas que afetam a vida do Município.
2º – Dar transparência em todas as ações do Poder Legislativo, de forma plena, para informar e formar a consciência política dos munícipes.
3º – Desenvolver estratégias para a projeção do Poder Legislativo como um todo, para que seja respeitado e reconhecido diante dos outros poderes e da sociedade.
4º – Reforçar a Câmara como instrumento efetivo de fiscalização e controle do Poder Executivo, especialmente para acompanhar a elaboração e execução do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual e demais matérias orçamentárias e tributárias.
5º – Encorajar o cidadão para apresentar ideias e propostas para a melhoria das leis, por meio de audiências públicas e a participação nas decisões das leis orçamentárias e plano diretor.
6º – Negar qualquer prática assistencialista e orientar as pessoas a buscarem o que necessitam, de acordo com os seus direitos nos órgãos próprios.
7º – Denunciar a má utilização do patrimônio público, evidenciando o bem comum.
8º – Fomentar políticas públicas para o desenvolvimento que privilegiem a pessoa, adotem o desenvolvimento sustentável para emprego no bem-estar dos servidores públicos e demais trabalhadores.
9º – Dar preferência às principais demandas da população, tais como, educação, saúde, segurança, habitação, transporte, dentre outras.
10º – Monitorar na nomeação dos cargos comissionados do Poder Executivo e Legislativo, com a devida Fiscalização dos critérios éticos e responsáveis que se fundem na competência e erradicando o nepotismo ou favorecimento político.
11º - Estabelecer um combate rigoroso a qualquer tipo de corrupção, no exercício da TOLERÂNCIA ZERO, aproximando os órgãos de controle das contas públicas, e estimulando a pressão popular. O dinheiro não é público, é dinheiro dos pagadores de impostos.
12º - Sejam INDEPENDENTES E NÃO OBEDIENTES, se não sentarem nas cadeiras da câmara municipal para agir com postura, segurança, inteligência e independência, não servem para exercer a função de representantes da sociedade.
Esses vereadores mesmo falando em Deus não convenceram, deviam ter feito com força o seu papel e não passar a mão macia em tudo que veio para eles aprovar ou não.