Antes de começar esta matéria, vamos esclarecer o termo:
O que é Jornalista chapa-branca: Esta expressão quer dizer que o jornalista ou o jornal ao qual ele pertence, é patrocinado/manipulado pelo governo.
Exemplo de uso da palavra Jornalista chapa-branca:
Um jornalista chapa-branca faz uma oposição branda, ou quase inexistente, ao governo.

Não se trata de censurar à imprensa, mas de garantir uma imprensa de boa qualidade e empresas de comunicação sólidas e eficientes.
O debate é antigo e já tem resposta: a lei garante que a imprensa seja livre.
A qualidade depende da sociedade e – me perdoem o palavrão – do mercado local (sistema).
Considerem, por exemplo, a imprensa chapa-branca, aquela que vive do dinheiro do governo, transferido via publicidade com P.I, ou em alguns casos se acham outras formas.
O jornalismo que sai daí obviamente não é livre. Do mesmo modo, as empresas que o veiculam não têm consistência econômica e não sabem o que é democracia – pois não sobrevivem fora das verbas públicas, cuja doação depende dos governantes de plantão – e, assim, também não podem ser independentes e isentas.

Receita concentrada:
É engraçado: a imprensa chapa-branca produz jornalismo marrom – que privilegia uma determinada visão dos fatos, aquela sempre sustentada pelo seu patrocinador.
Além do governo, o patrocinador pode ser um partido, um político ou uma igreja, conforme se vê na experiência brasileira dos últimos tempos.
O que há de comum entre todos é a vinculação com alguma instância de governo, municipal, estadual e/ou federal.
O que distingue essa imprensa daquela livre e independente é o público e, de novo, o mercado (sistema). Jornalismo é caro. Por isso, produzir e veicular notícias tem que ser encarado como um negócio e uma missão e muitos se vendem para se manterem ativos...
Um negócio porque a liberdade e a independência da empresa de comunicação dependem da rentabilidade no mercado privado – e não no mundo das verbas oficiais, o seu patrocinador público de hoje, não ficará para sempre no poder, em algum momento será trocado - e será feito pelo povo!
É preciso ganhar dinheiro para gastá-lo com as reportagens.
Ora, por que gastar com reportagens (notícias, informação, opinião) e não, digamos, com salsichas? Comida dá mais lucro.
Eis por que o jornalismo, o empreendimento, requer algo mais do que o objetivo de ganhar dinheiro. Mal comparando, como ouvi certa vez: é como no casamento, não pode ser só por dinheiro, precisa ter um pouco de amor, bom senso e credibilidade.
Parece um pouco antigo e meio demagógico, mas jornalistas têm apreço por uma notícia bem apurada e publicada com destaque. Por isso, são jornalistas e não advogados, com todo o respeito.
É importante que esse espírito seja também o dos acionistas e executivos de uma empresa jornalística.
Um executivo sem essa compreensão jamais autorizaria a despesa enorme para mandar um repórter ao centro de um evento (uma cobertura internacional, por exemplo) e veicular 5 ou mais minutos de matéria.
Mas continua sendo caro, inclusive – perdoem o parti pris – para remunerar bons jornalistas. E precisa ser financiado por anunciantes no maior número e na mais ampla variedade possível. Não se pode no entanto ser vendido para o poder público e político local.
Claro que pode ter publicidade de governo e de estatais, especialmente das que estão no mercado. Mas assim como não se pode depender do governo, também não se pode ter a receita concentrada em uma empresa ou um setor da economia privada.
E, lógico, precisa ter público consumidor, os leitores, ouvintes e telespectadores, que pagam de algum modo pelas informações. E as produzidas pelos patrocinados pelo governo sempre ou quase sempre são todas pautadas e encomendadas palavra a palavra, tudo arquitetado, afinal é pago!
Uso indireto
Eis a receita, portanto: veículos de imprensa atuando no mercado livre com jornalismo livre e independente. E isso para um público com liberdade para escolher seu jornal, sua rádio, sua tevê, seu site.
É isso que a lei garante: a liberdade em todo o processo.
Quanto à qualidade, de novo, vai depender da sociedade e do caráter dos "donos" de veículos de imprensa local.
O público cianortense por exemplo, sabe escolher os veículos que mais lhe dizem respeito. O mercado local assim como o brasileiro oferece ampla variedade de escolha, desde veículos populares até os mais, digamos, elitizados. Não raro, essa variedade aparece em um mesmo veículo.
Não há aqui, portanto, problema que exija uma legislação nova para supostamente corrigi-los. Os direitos de pessoas ou instituições de algum modo atingidos pelo noticiário são amplamente protegidos pelas leis atuais.
Quando os governantes que as vezes acham que foram ofendidos ou vítimas? Sem problema, aos tribunais.
Mas há problema, sim, no uso de dinheiro público para financiar a imprensa chapa-branca e o jornalismo marrom. E esta é uma prática abusada: governantes de todos os partidos têm recorrido cada vez mais a esse recurso.
Podem reparar a quantidade de propaganda oficial nos veículos de imprensa locais que não anunciam nenhum produto nem campanhas. Apenas dizem que tal governo é uma beleza e que vai tudo bem por aqui, ou que esta tudo lindo!
Deixar isso de lado e alegar que não é bem assim é simplesmente querer que todos se transformem numa imensa chapa-branca.
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