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A era digital e a nova política.


Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Sempre que eu, com a imponência de 7 ou 8 anos, tentava ler uma notícia do nosso Santos para o meu avô ele retrucava; “notícia boa é com o papel na minha mão”. Tempos em que a televisão ainda não havia monopolizado as atenções de todos os brasileiros ....


Era assim; alguns títulos, normalmente de Rio e São Paulo, ofereciam o melhor em cobertura jornalística nacional sendo, via de regra, reproduzidos nos veículos gráficos regionais. O jornal era o veículo mais influente até, ainda na década de 70, ser superado pela área de cobertura nacional das televisões, quando se iniciou o seu declínio. Atualmente, resistem alguns poucos veículos nacionais e os líderes regionais, estes alavancados pela publicidade oficial, leia-se diário oficial dos municípios. Fora disto, ou migra para endereço digital ou perde completamente a relevância.


Ter uma foto estampada na Manchete ou na Fatos e Fotos era o ápice do prestígio para políticos e celebridades, no tempo em que as revistas eram referência nacional. Não sobrou nem um título.


Mesmo a televisão aberta, bombardeada pela mídias alternativas, tvs fechadas e streaming, perderam a relevância, sendo insano imaginar que um episódio de novela, a morte de Salomão Ayala, sob a tutela de Janete Clair, ou mesmo a saga de Roque Santeiro com fantásticos 74% de média, como se tivéssemos, todos os dias, uma final de Copa do Mundo, revisitem estes números.


O rádio, por sua capacidade de adequação e proximidade com o cidadão comum, resiste mas precisa da parceria com o celular que, por enquanto, já responde por 25% de sua audiência, resiste às transformações e sustenta a fidelidade de quase 89% dos brasileiros.

Enfim, a era digital produziu uma revolução nos meios de comunicação em sua primeira etapa. A tecnologia 5G, o metaverso e o avanço significativo da inteligência artificial promoveram intensas transformações nas relações humanas e de consumo e seguem um caminho sem volta que modificará drasticamente a rotina das próximas gerações. Precisamos nos preparar para um mundo que não é futuro e deve chegar antes da próxima década.


Porém, por mais global que se torne a nossa aldeia, nosso vínculo ainda é com a nossa célula habitacional. Ainda que todos brasileiros, nossa vida gira em torno dos municípios e será nele que precisaremos ajustar os procedimentos de gerenciamento de nossas demandas e prioridades. Se países pequenos, como a Islândia, já define leis por internet, com todos participando, parece um retrocesso que nosso modelo ainda sustente prefeitos patrões que decidem tudo à sua imagem e semelhança como se as urnas lhes entregassem a chave da cidade e não apenas o direito de liderá-la.


A bravata da nova política precisa ser melhor explicada. Não se faz com pessoas mais jovens ou com nomes inéditos na política mas precisa representar uma nova postura que traga para o círculo menor, o município, todos as avanços que a era digital oferece. A nova política precisa ser a política da era digital. Por favor, alguém avise isto aos atuais prefeitos.

Este esforço que os portais bisbilhoteiro e tá por dentro fazem, ao lado de centenas de endereços digitais no Brasil, que abrem seus espaços para abrigar o debate público das questões locais e regionais, precisa ser entendido como um avanço, onde a voz e a opinião das pessoas, que tem o que falar e precisam ser ouvidas, encontram ambientes técnicos valiosos e megafones que ampliam suas vozes em toda em uma área muito maior que as mídias tradicionais.


Não cabe censura, não se joga com pacotes fechados ou servilismo pago com verba pública, como é a prática quase centenários dos velhos políticos. O mundo mudou e oferece novas oportunidades ao debate das questões públicas. Audiências públicas fantasmas, ou recheadas de público interno submisso, licitações fechadas, diários oficiais confinados em veículos de circulação restrita precisam ser superadas por fórmulas modernas de ouvir a população e, principalmente, a soberania sobre a sobra dos recursos públicos precisa ser dividida com a sociedade.


Prefeito não pode, em plena era digital, decidir se praças ou praias são mais relevantes que ensino em tempo integral ou segurança pública. São temas diferentes mas a origem dos recursos é única, os nossos impostos.



A grande lição precisa ser ouvida por todos; a era digital pede líderes que saibam ouvir porque os que apenas falam precisam ser confinados no passado analógico.

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