O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI das Apostas Esportivas, confirmou nesta terça-feira (15) a presença do jogador Lucas Paquetá e a da influenciadora Deolane Bezerra para depor no dia 29 de outubro.
"Nem conheço a Deolane, nem a foto dela, só vieram dizer que ela é muito bonita. É fato que ela é advogada do crime organizado. O que chegou a nós até agora não traz nenhuma dúvida do envolvimento dela. O que queremos saber é até onde foi o envolvimento, quem mais ela envolveu e com quem ela se relacionou", disse.
De acordo com Kajuru, a convocação do também jogador Luiz Henrique e do cantor Gusttavo Lima estarão condicionadas ao que for informado por Paquetá e Deolane.
Paquetá vai depor à comissão por meio de videoconferência, por morar na Inglaterra. Ele foi convocado pela suspeita de ter colaborado com apostas esportivas ao supostamente receber cartões de propósito em quatro partidas do Campeonato Inglês, em 2022 e 2023. O jogador nega as acusações "na íntegra".
Deolane, por sua vez, é alvo da operação da Polícia Federal que investiga crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais. A influenciadora foi presa pela suspeita de envolvimento em organização criminosa em 4 de setembro mas foi liberada no dia 24.
A reportagem procurou a defesa de Deolane Bezerra sobre as declarações do senador e aguarda retorno. Em carta divulgada no mês passado, ela havia declarado: "Sou inocente, e não há uma prova sequer".
Segundo Kajuru, "daqui para a frente, a CPI vai buscar ter materialidade. "Chega de depoimento que joga palavras ao vento e acusa pessoas inocentes sem provas cabais", disse.
O objetivo é que se concluam os trabalhos da CPI uma semana antes do Natal devido ao tempo perdido com recessos parlamentares, que foram criticados pelo senador.
O presidente da CPI também afirmou que não haverá mais preocupação com o tempo empregado nas oitivas, para que os depoimentos sejam contemplados na íntegra. Segundo ele, a intenção é compensar em novembro o tempo perdido, com três reuniões semanais.
Kajuru disse ainda que o depoimento de William Rogatto, empresário do ramo, deixou questões em aberto. Para o senador, as informações trazidas por Rogatto deixam claro que Paquetá "não é santo".
Em depoimento da última terça-feira (8), o empresário admitiu a manipulação de jogos de futebol no Brasil e disse que já ganhou aproximadamente R$ 300 milhões nesse esquema, que lucra com o rebaixamento de times.
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